Palmeirense fanática, mãe dá nome de Abel Ferreira ao filho: "Vai ser vencedor igual a ele"

“Mãe, qual é o significado do meu nome? É uma longa história, Abel Ferreira”. O diálogo, que mais parece tirado de um meme criado pela torcida do Palmeiras, pode estar prestes a acontecer de verdade na casa da empreendedora Jessyca Aparecida da Silva Ferreira, de 31 anos. Isso porque o filho caçula dela e do marido Rogério leva o nome e o sobrenome do técnico português na certidão de nascimento.

O pequeno Abel (o bebê!) nasceu no dia 28 de maio de 2024, em Sorocaba, no interior de São Paulo. No momento de registrá-lo no cartório, os pais não tiveram dúvidas: além de “combinar” o nome dele com o do irmão mais velho (Rael, de três anos), o casal, que já tem o sobrenome Ferreira, não poderia deixar passar a oportunidade de homenagear o atual treinador alviverde.

— Foi tranquilo escolher [o nome], porque nós dois somos palmeirenses fanáticos. Quando o Palmeiras ganhou a Libertadores de 2020, eu estava grávida do meu primeiro filho, o Rael. E, aí, quando ganhou a de 2021, a gente decidiu, no dia em que ganhou, ali no momento, o meu marido falou: ‘se a gente tiver outro filho, mais um menino, a gente vai colocar o nome de Abel Ferreira’. E eu concordei porque, para a gente, o Abel é um ídolo total do clube — explica Jessyca.

“Mais calmo”

Ao contrário do português, que, apesar do lema “cabeça fria, coração quente”, é conhecido pelo comportamento agitado à beira do campo e coleciona cartões (amarelos e vermelhos) por reclamações nos jogos e respostas diretas durante as coletivas de imprensa, o caçula da empreendedora é um bebê calmo e que raramente chora.

— O nosso Abelzinho é mais calmo, bem tranquilinho. Ele é um bebê super bonzinho. Dorme a noite toda no berço e não é de ficar chorando. Quando ele chora, vez ou outra, a gente sabe que tem alguma coisa errada — brinca.

Jessyca, Rogério e Rael à espera do pequeno Abel Ferreira — Foto: Veronica Lima

Mobilização nas redes sociais

No fim de abril deste ano, Jessyca publicou um vídeo no Instagram explicando o motivo de o filho mais novo ter recebido o nome de Abel Ferreira. Embora ela tenha marcado o Palmeiras, o técnico e o Avanti na publicação, o único contato que recebeu do clube foi por meio de um comentário da página oficial do programa de sócios-torcedores: dois corações verdes.

Em pouco tempo, o post viralizou, e a empreendedora começou a receber comentários de palmeirenses do Brasil todo, em uma verdadeira mobilização para que o vídeo chegasse até o português.

— Quando a página do Avanti comentou, eu fiquei muito feliz, porque vi que o vídeo alcançou uma proporção maior do que eu esperava. Foram muitos palmeirenses comentando, uma massa gigante de palmeirenses marcando o Abel. Por causa das marcações, eu acho que ele já deve ter visto o vídeo, mas não consigo ter certeza — explica.

— Esse mês o Abel vai fazer um aninho, então seria um presentão se a gente pudesse conhecer ele, se ele pudesse tirar uma foto com os meus filhos. Queria que ele soubesse que nos inspirou a dar o nome para o nosso filho, que eu tenho certeza que vai ser vencedor na vida igual a ele.

Abel e o irmão mais velho Rael, de três anos — Foto: Jessyca Ferreira

“Todo o amor que eu sinto por ti eu vou passar pro meu filho”

O canto da torcida do Palmeiras nas arquibancadas do Allianz Parque já diz: “Todo o amor que eu sinto por ti eu vou passar pro meu filho”. E a família de Jessyca e Rogério é prova viva disso. Muito antes de os dois se conhecerem, o alviverde já fazia parte das vidas deles.

O amor pelo clube cresceu na empreendedora por influência do pai e do irmão. Já o marido, que perdeu o pai ainda na infância, foi incentivado pelos tios a ser palmeirense. Quando os dois se casaram, anos depois, a torcida ficou completa.

Casamento dos palmeirenses Jessyca e Rogério em Sorocaba, no interior de São Paulo — Foto: Bruna Rodrigues

— Sempre que dá, a gente vai ao estádio. O Rael também já foi. O Abel ainda não, porque eu acho ele muito pequenininho, mas agora ele vai fazer um aninho, e a gente já quer ver um jogo para levar, para ele já ir se acostumando com o ambiente, com o pessoal. Normalmente, quando a gente vai, a gente acaba deixando o Abel com a minha mãe. Quando a gente não vai ao estádio, a gente acompanha os jogos pela TV — conta.

— A gente tenta passar para eles o mesmo amor que a gente tem pelo clube. A gente incentiva a assistir aos jogos, compra camisa, chuteira, tudo relacionado ao universo do futebol. Então, com certeza eles vão ser palmeirenses, porque pai, mãe, avô e padrinho incentivam desde os primeiros meses de vida.

Para Jessyca, que tem uma página no Instagram na qual compartilha suas experiências diárias com a maternidade, exercer o papel de mãe é um desafio muito grande, mas recompensador.

— Ser mãe, em geral, é maravilhoso. É desafiador e nos tira da nossa zona de conforto. Todo dia tem uma novidade, uma fase nova de um filho, mas tudo vale a pena, porque é o maior amor do mundo — enfatiza a empreendedora, na semana em que se comemora o Dia das Mães.

Amor de Jessyca e Rogério pelo Palmeiras foi transmitido aos filhos Rael e Abel — Foto: Veronica Lima

‘Abelzinho’ Ferreira prestes a completar um ano de idade — Foto: Jessyca Ferreira

Ídolo incontestável

Como se o fato de terem dado o nome de Abel Ferreira ao filho mais novo não bastasse, Jessyca e Rogério ainda reforçam que, na opinião deles, o português é o maior treinador da história do Palmeiras. Desde 2020 à frente do time alviverde, Abel já conquistou dez títulos — feito que, para o casal, deveria garantir um contrato vitalício ao técnico com o clube.

— É um marco incontestável do trabalho dele. E tenho certeza que ele vai conquistar ainda mais, porque ele vem fazendo um trabalho impecável no Palmeiras. Então, a gente quer muito que ele renove o contrato no fim do ano. Não queremos que ele vá embora nunca. Por nós, ele fica para sempre no Palmeiras.

Abel Ferreira está à frente do Palmeiras desde 2020 — Foto: Cesar Greco

Mesmo assim, vez ou outra, há quem puxe o coro de “Fora, Abel” no estádio quando o time é derrotado em algum jogo. Jessyca e Rogério não se consideram esse tipo de torcedor.

— Eu acho que são torcedores que não acompanham os jogos, só veem resultado, não veem o jeito que o time jogou, como foi o jogo, e não levam em consideração todo o trabalho que o Abel já fez no Palmeiras, a capacidade dele, tudo que ele já mostrou, fez e faz pelo time. Para mim, é incontestável o trabalho dele, a capacidade dele — ressalta a empreendedora.

Apesar de o time ter ficado com o vice-campeonato no Paulistão deste ano, as expectativas do casal para a temporada 2025 do Palmeiras são as melhores possíveis.

— Chegamos longe no Paulista. Claro que estamos com um novo elenco, novos jogadores. Poderia até ter ganhado o título, mas acho que os jogadores ainda não estavam tão entrosados. Mesmo assim, acho que o Abel vai continuar fazendo história no Palmeiras. Quem sabe mais uma Libertadores? Mais um Brasileiro? Copa do Brasil? Baseado em tudo que ele já apresentou para nós, eu tenho certeza que alcançaremos coisas grandes esse ano — completa Jessyca.