Mais de R$ 310 mil, em notas falsas de dólares e reais, foram apreendidos pela Polícia Civil de Mato Grosso em operação que mirou influenciadores digitais de jogos on-line, como o “Jogo do Tigrinho”. O dinheiro, segundo a investigação, era utilizado em divulgações na internet para induzir os seguidores a acreditar que toda aquela “riqueza” era proveniente dos ganhos com apostas.
Ao todo, quase 1 mil notas falsas de R$ 100 e R$ 200, e mais de 300 notas de US$ 100, totalizando um valor aproximado de R$ 314 mil, foram apreendidas no âmbito da Operação 777, deflagrada no final de novembro e que resultou na prisão de seis influencers, suspeitos de promover jogos ilegais e vender rifas fraudadas. A confirmação do dinheiro falso foi divulgada neste sábado (7/12).
Além das notas, os agentes apreenderam, ainda, correntes e pingentes de cor dourada, que aparentavam ser de ouro. Após análise preliminar do material, no entanto, feita por uma joalheria de Cuiabá (MT), a investigação constatou que os itens também são falsos, feitos de um metal semelhante a estanho e latão.
Todo esse material era utilizado pelos influenciadores para simular uma vida de luxo e riqueza nas redes sociais, dando a entender que eles conseguiram prosperar, com ganhos obtidos em apostas on-line. Segundo a Polícia Civil de Mato Grosso, os investigados poderão responder, além do crime de estelionato, por crime de moeda falsa.
Só no primeiro semestre deste ano, conforme os dados levantados pela Operação 777, os influenciadores presos teriam faturado o total de R$ 12.869.572,00. Quatro dos investigados são de Mato Grosso e dois de São Paulo. No dia 27 de novembro, cinco deles foram presos temporariamente em Cuiabá, Várzea Grande (MT) e nas cidades paulistas de Pindamonhangaba e Taubaté.
Um dos alvos da operação, segundo a polícia, conseguiu fugir. As mães de três deles também foram presas, por suspeita de lavagem de dinheiro. Conforme o apurado, os influenciadores lançavam plataformas novas, quase que diariamente, porque os seguidores percebiam, logo, que não conseguiam ganhar e paravam de apostar.
Além disso, a fraude consistia, também, em não pagar os valores ganhos pelos apostadores. Segundo a polícia, quando alguém ganhava quantias maiores, o prêmio não era repassado. Para burlar qualquer desconfiança ou falta de engajamento e interesse nas apostas, eles focavam em lançar plataformas novas periodicamente.
A Polícia Civil de Mato Grosso investiga, ainda, a suspeita de que os influenciadores enganavam os seguidores, postando vídeos de apostas realizadas em versões demonstrativas das plataformas, ou seja, imagens falsas ou em sistemas pré-programados para que eles ganhassem e induzissem o seguidor ao erro.
Os seis alvos da Operação 777 tiveram as redes sociais bloqueadas no Instagram e Facebook. Eles estão proibidos de deixar o Brasil e de fazer qualquer publicação relacionada a jogos de azar ilegais, sob pena de cometerem crime de desobediência e de terem as prisões preventivas representadas pela Polícia Civil.
Metrópoles
Comentários