Uma exposição no Museu das Civilizações Europeias e Mediterrâneas (Mucem) em Marselha, no sul da França, tem aguçado a curiosidade de muitas pessoas desde o último dia 3 de julho. A mostra, que exalta o naturismo, pode ser visitada uma vez por mês, nu ou quase nu. O único pedido da instituição é que os visitantes estejam usando calçados.
— Pensei que fosse uma exposição naturista! — exclamou um visitante, Daniel, ao saber que ainda precisava usar sapatos ou sandálias para descobrir “Paraísos naturistas”, um panorama histórico da “vida nua” e suas variações políticas, desde o século XIX até os dias atuais.
O uso dos calçados, na verdade, foi uma solicitação do Mucem para que os visitantes “evitassem machucados”. Na última terça-feira (20), o museu reuniu 80 visitantes curiosos. Após um briefing, todos partiram para descobrir fotografias, desenhos, livros, filmes, revistas, objetos do cotidiano, pinturas, gravuras e esculturas emprestadas pelo Centre Pompidou, pelo Louvre e pela Biblioteca Nacional Suíça em Berna, entre outros.
Outros museus já realizaram exposições em que visitantes podiam fazer visitas sem roupa. Um deles, o Museu de Arqueologia da Catalunha durante a exposição “Os Bronzes de Riace: o olhar artístico de Luigi Spina”, realizada no ano passado.
Mas lá, diferentemente do que ocorre no Museu das Civilizações Europeias e Mediterrâneas, o uso dos sapatos não era obrigatório. “O uso de calçado é opcional, mas recomendável”, dizia um comunicado da instituição.
“Aqui se estabelece uma relação muito especial com as imagens das peças nuas e, para mim, que não sou nudista embora o pratique de vez em quando, fiquei surpreendido com a naturalidade com que séculos de falsos preconceitos se evaporam rapidamente”, disse a visitante Irene Vicente Salas ao jornal espanhol El País.
Atualmente, o Museu do Castelo de Herrenhausen, em Hannover, na Alemanha, também conta, até 1° de setembro, com uma mostra voltada ao naturismo, “Entre Pessoas Nuas”.
“A exposição retrata a motivação e as formas de expressão do movimento nudista por meio de inúmeras imagens, filmes e documentos. Ela mostra quem estava envolvido no movimento nudista, como a nudez foi justificada e legitimada, e através de quais meios a cultura da nudez encontrou ressonância pública”, diz o museu em comunicado.
COM INFORMAÇÕES GLOBO
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