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Em ato com Lula, Boulos chama Marçal de ‘bandido’ e Nunes de ‘incompetente’

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    O deputado Guilherme Boulos (PSOL), candidato a prefeito de São Paulo, subiu o tom contra os adversários em comício com a presença do presidente Lula (PT) na zona sul da capital, neste sábado (24).

    O que aconteceu

    Ele criticou nominalmente o prefeito Ricardo Nunes (MDB) e o influencer Pablo Marçal (PRTB). Boulos associou sua campanha às gestões progressistas de São Paulo e relembrou o passado dos adversários, com ofensas diretas.

    Eu não vou deixar um prefeito incompetente como o Ricardo Nunes continuar na prefeitura e também não vou deixar um bandido como o Pablo Marçal chegar na prefeitura de São Paulo. Vá lá para Goiás, aqui não tem espaço pra isso.
    Guilherme Boulos, em comício.

    Boulos citou também os ataques do ex-coach contra ele. “A gente sofre mentira, a gente sofre ataque, sofre perseguição. Quando a gente tem lado, isso tem um preço”, disse o candidato.

    Este foi o tom de todas as falas. Sem citar adversários nominalmente, discursos exploraram onda de ataques nas redes sociais. “[Não vamos] ficar entrando no jogo daqueles que sabem fazer política pela agressividade”, disse a ministra Marina Silva, do Meio Ambiente.

    Antes de Boulos, Marta já havia chamado Marçal de “fake news digital”. “Não vota no digital, não, colega. Você não sabe o que o cara pensa”, disse a ex-prefeita e vice de Boulos

    Lula também mandou indiretas a Marçal. “Eu estou vendo a campanha agora e algumas pessoas dizerem ‘eu não sou da política, aquele não presta, aquele é ladrão’. Jânio Quadros dizia isso e só durou seis meses [na presidência], [Fernando] Collor de Mello dizia isso e durou dois anos na presidência da República. Eu quero votar no Boulos porque ele é da política, ele tem partido”, disse.

    O psolista mirou ainda na associação de ambos ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A estratégia de associar Nunes e Marçal ao bolsonarismo está sendo intensificada por Boulos depois do Datafolha, que mostrou o influencer à frente do prefeito. “Como há dois anos derrotamos o coisa ruim, vamos derrotar as duas faces do bolsonarismo na maior cidade do Brasil”, disse o candidato.

    A disputa em São Paulo está acirrada. Segundo o último Datafolha, Boulos lidera, com 23%, tecnicamente empatado Marçal (21%) e Nunes (19%). O influencer cresceu 7 pontos desde a pesquisa anterior e tem preocupado as campanhas adversárias, em especial à direita.

    É o segundo grande evento de campanha de Boulos que Lula participa. Articulador de Marta Suplicy (PT) como vice na chapa, Lula estava presente na convenção que oficializou o nome do psolista na disputa.

    O presidente se tornou o principal cabo eleitoral do psolista. Nesta ida a São Paulo, ele deverá gravar ainda um programa eleitoral de Boulos na casa do candidato. Lula tem colocado a eleição paulistana como prioridade de vitória, já de olho em 2026.

    Ajuda do presidente

    Imagem do presidente é importante para reforçar polarização que campanha tenta explorar. Interlocutores afirmam que a candidatura de Boulos irá se mostrar como a possível para barrar o avanço do bolsonarismo na cidade.

    Pesquisa Datafolha divulgada na quinta-feira (22) mostrou também que 44% dos eleitores de Lula votariam em Boulos. Interlocutores do deputado federal acreditam que ele tende a crescer neste segmento quando a associação com o presidente ficar clara para o eleitorado lulista.

    A eleição de São Paulo é uma das prioridades do ano para o presidente e para o PT. O resultado na capital deve ser um termômetro para a disputa presidencial em 2026, que tem o atual governador paulista, Tarcísio de Freitas (Republicanos), como um dos principais cotados para enfrentar Lula.

    O apoio de Lula ajuda Boulos com o eleitorado da periferia, onde o psolista tenta crescer. O candidato também tem reforçado a ligação com os extremos da cidade — no primeiro ato oficial de campanha, ele disse que São Paulo teria o primeiro prefeito que mora na periferia.

    A zona sul também é vista como estratégica pela campanha. É a região em que Boulos mora, mas também o reduto eleitoral de Nunes.

    Espaço pequeno

    Espaço reservado para público era pequeno. O local escolhido para o comício foi a Praça do Campo Limpo, na zona sul da capital, e os apoiadores se concentraram na parte da frente. Ao fundo, havia diversos espaços vazios.

    No ato de 1º de Maio, Lula reclamou da falta de público e criticou a organização. O evento ocorreu na fase da pré-campanha e ficou marcado após o presidente pedir voto explicitamente para Boulos, o que era proibido naquele período —Lula foi multado em R$ 20 mil e o deputado, em R$ 15 mil.

    COM INFORMAÇÕES UOL

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