O presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), criticou o desfile da Rosas de Ouro no carnaval paulista. A escola de samba levou ao sambódromo do Anhembi a representação de um presidente que virava jacaré após ser vacinado. A encenação foi referência a uma declaração de Bolsonaro em 2020 quando disse que se a pessoa optasse por tomar vacina contra covid-19 e virasse um jacaré, o problema seria dela.
Em entrevista ao Portal G1, o carnavalesco da Rosas de Ouro, Paulo Menezes, afirmou que a proposta não era criticá-lo diretamente, mas abordar as dificuldades enfrentadas pelos brasileiros durante a pandemia.
“Foi uma brincadeira. Por muito tempo, o Bolsonaro não quis que a gente se vacinasse, e a gente deu um troco na avenida. Faltam deboche e brincadeira no Carnaval hoje em dia, e a gente deu isso no final. O mundo está ficando certinho demais”, explicou Menezes ao G1.
No início do mês, pesquisa Datafolha indicou uma queda de 54% para 46% no índice daqueles que avaliavam a gestão de combate à pandemia como ruim ou péssimo. A melhora nos dados ocorre após o governo e o próprio presidente mudar o tom do discurso sobre o tema: aqueles que antes defendiam o ineficaz tratamento precoce e colocavam em dúvida a segurança de vacinas, agora celebram avanço da imunização, com a redução no número de óbitos.
Os ataques aos imunizantes já não são frequentes nem em discursos de Bolsonaro, que antes chegou a ironizar que os vacinados poderiam virar jacaré devido aos supostos efeitos colaterais e ainda associou as vacinas à Aids. Como no post desta segunda-feira, Bolsonaro não estimula a imunização, mas agora ou silencia sobre o tema, ou defende o direito individual.
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