A equipe médica do ex-presidente Jair Bolsonaro informou, na tarde desta quarta-feira (24), que ele será submetido a uma cirurgia de hérnia inguinal bilateral na manhã desta quinta-feira (25), no Hospital DF Star, em Brasília. Segundo os médicos, trata-se de um procedimento eletivo e programado, indicado após o agravamento dos sintomas nos últimos meses.
De acordo com a equipe, a hérnia apresentada pelo ex-presidente é comum em pacientes entre 60 e 70 anos e está relacionada ao envelhecimento natural dos tecidos da parede abdominal. No caso de Bolsonaro, o quadro foi agravado pelo histórico de múltiplas cirurgias realizadas após a facada sofrida em 2018 e pelo aumento da pressão intra-abdominal provocado por crises recorrentes de soluço.
“O procedimento indicado é a herniorrafia inguinal bilateral convencional, uma cirurgia padronizada, amplamente conhecida e realizada rotineiramente”, informaram os médicos durante a coletiva.
A técnica envolve incisões nas duas regiões da virilha, reposicionamento da hérnia e reforço da área enfraquecida com uma tela de polipropileno.
A equipe explicou que a cirurgia não será feita por via laparoscópica ou robótica devido às cirurgias abdominais prévias e à presença de aderências, o que elevaria o risco de lesão intestinal.
“Nesse contexto, o acesso posterior é contraindicado, e a opção mais segura é o acesso anterior”, destacaram.
Sobre o tempo de recuperação, os médicos afirmaram que a expectativa inicial é de permanência hospitalar entre cinco e sete dias. “A estimativa é que ele fique internado de cinco a sete dias, mas esse prazo pode ser revisto de acordo com a evolução clínica”, afirmaram.
No pós-operatório, Bolsonaro deverá receber cuidados específicos, incluindo controle da dor, acompanhamento da ferida operatória, fisioterapia e medidas de prevenção de trombose. Segundo a equipe, “o período de internação será o necessário para garantir que ele tenha condições adequadas de autocuidado”.
Em relação às crises de soluço, que têm sido recorrentes há mais de 40 dias, os médicos esclareceram que a cirurgia da hérnia não tem como objetivo tratar o problema. “Uma coisa é a correção da hérnia, outra coisa são as crises de soluço”, explicaram. Ainda assim, durante a internação, será avaliada a possibilidade de um bloqueio anestésico do nervo frênico, procedimento não cirúrgico que poderá ser realizado caso os benefícios superem os riscos.
A equipe também relatou que o ex-presidente apresenta ansiedade e abatimento emocional em razão do momento que enfrenta, o que tem contribuído para a intensificação dos soluços e para dificuldades no sono. Ele segue medicado e conta com medicação adicional liberada para uso em caso de crises.
Sobre a divulgação de informações médicas, os profissionais informaram que “os boletins serão divulgados diariamente no fim do dia” e que comunicados extras só serão emitidos em caso de intercorrências relevantes.
A equipe responsável pelo acompanhamento do ex-presidente é formada pelo clínico geral Dr. Wallace Stwart Carvalho Padilha, pelo diretor-geral do Hospital DF Star, Dr. Allisson Bruno Barcelos Borges, e pelo cardiologista Dr. Brasil Ramos Caiado.





















