Tremembé, nova série do Prime Video, acompanha o cotidiano dos criminosos mais conhecidos do país que passaram pelo presídio, mostrando bastidores, relações e a rotina dentro do sistema prisional. Entre os personagens estão os condenados pelo assassinato de Isabela Nardoni: o pai dela, Alexandre Nardoni, e a madrasta, Anna Carolina Jatobá.
Lucas Oradovschi, que interpreta Alexandre Nardoni na produção, contou como se preparou para dar vida ao personagem. Segundo o ator, mesmo diante das ações extremas do criminoso, foi possível perceber nuances da relação dele com a filha.
“Apesar de ele ter cometido esse crime horroroso, eu tenho para mim, na minha convicção por parte dos meus estudos e da minha imaginação sobre a história, que ele tinha um amor verdadeiro por essa filha, mas alguma coisa aconteceu”, disse. “Mas não tem explicação, não tem nada que justifique”, completou.
Para aprofundar-se no papel de Alexandre Nardoni, Lucas Oradovschi revelou ter tido contato direto com um ex-detento de Tremembé que conviveu com os criminosos. Segundo a fonte, a impressão era de que Nardoni era uma figura bastante reservada e pouco comunicativa no presídio.
“Ele me falou muitas coisas, que ele era uma pessoa muito reservada e solitária, que não conversava sobre muitos assuntos e que era uma pessoa articulada, desenrolada, mas muito reservada, que não se envolvia”, detalhou o ator.
Romantização do crime
Lucas Oradovschi também opinou sobre as críticas à série Tremembé, por supostamente romantizar os criminosos — um debate que se intensificou após o lançamento da produção.
“É um assunto bem delicado. A gente vive uma dinâmica social na qual essas pessoas já são subcelebridades há muito tempo. É muito esquisito, mas é algo que já acontece”, refletiu o ator. “Essas pessoas recebem cartas de pessoas se declarando. Tem coisas que são incompreensíveis.”
No entanto, Oradovschi é enfático ao defender que Tremembé não busca vitimizar os condenados. Ele explica que a série utiliza recursos visuais para distanciar o público de qualquer simpatia:
“As histórias partem dos crimes. Tem outros recursos, como por exemplo, quando se começa a se interessar ou talvez simpatizar com um personagem, vem uma cartela escrito em letras garrafais o crime que aquela pessoa cometeu, e são crimes chocantes.”
Segundo o ator, esse recurso “imediatamente distancia o espectador se ele tiver por acaso sendo seduzido por algum personagem”.
Metrópoles
