Uma obra que deveria transformar a realidade hídrica da zona rural de Monteiro se tornou símbolo de descaso e desperdício de dinheiro público. A Adutora do Sítio Tingui, orçada em R$ 26,4 milhões, tinha como objetivo beneficiar 1.137 famílias — cerca de 4.548 pessoas — com o fornecimento regular de água. No entanto, quase nove anos após o início da licitação, em 2016, o projeto permanece inacabado e sem funcionalidade.

O sistema previa a instalação de 64 mil metros de adutora e 54 mil metros de rede de distribuição, cobrindo dezenas de comunidades rurais. Hoje, os canos e estruturas estão enterrados e sem uso, expostos à deterioração causada pelo tempo e pela falta de manutenção.
Segundo informações levantadas, a primeira empresa responsável pela execução, a Coenco, venceu a licitação inicial, mas não teve condições de concluir os serviços. Posteriormente, a obra teria sido assumida pela Hidrogel, empresa também alvo de críticas pela baixa qualidade de outras execuções em cidades da região.

Moradores relatam indignação com o abandono do projeto, que até hoje não levou água às torneiras de quem mais precisa. “É revoltante ver uma obra desse tamanho enterrada no chão, sem servir à população. Enquanto isso, as famílias continuam sofrendo com a falta d’água”, desabafou um morador da região do Tingui.
Para especialistas, o prolongado abandono ameaça a viabilidade da própria estrutura. Com o tempo, os canos ressecam, as bases de concreto se desgastam e parte do investimento pode se perder totalmente, caso não haja intervenção imediata.

O projeto, que deveria representar um marco no abastecimento rural de Monteiro, hoje é visto como um exemplo de má gestão e desperdício de recursos públicos. A população cobra respostas e providências dos órgãos competentes para que a adutora finalmente entre em operação e cumpra a promessa feita há quase uma década.























