O Planalto e a Casa Branca iniciaram as tratativas para uma ligação entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Donald Trump, visando pavimentar um encontro presencial entre os respectivos mandatários do Brasil e Estados Unidos. O telefonema ainda é incerto e pode não se concretizar, mas Brasília trabalha com a ideia de que ele pode acontecer nesta quarta (1º/10) ou na próxima semana, após o petista retornar da viagem ao Pará.
Segundo fontes palacianas, há expectativa de que Lula e Trump se encontrem na Malásia em outubro, durante um encontro da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean). A possibilidade de diálogo ocorreu após o presidente dos EUA afirmar, na Assembleia das Nações Unidas, que teve uma boa “química” com o brasileiro, e sinalizar disposição para conversar.
Brasil e EUA vivem um impasse com relação às sanções comerciais e políticas impostas por Washington, que promoveu um tarifaço a importações de produtos brasileiros. As medidas possuem impactos econômicos em ambos os países, e foram promovidas na esteira de uma crise política. Trump é aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e tenta pressionar o Supremo Tribunal Federal (STF) a suspender ações contra ele, assim como medidas que regulam as big techs.
Há chances de a ligação ocorrer na quarta, mas interlocutores do presidente apontam que é mais provável que ela ocorra somente na semana que vem. Ele viaja na quinta-feira (2/10) a Belém (PA), onde permanece até a sexta-feira (3/10) para visitar as obras integradas para a realização da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025, a COP30.
Dessa forma, fontes palacianas apontam que há mais chances de o telefonema ocorrer semana que vem, se as tratativas prosperarem. O Asean Summit ocorrerá entre 26 e 28 de outubro. A ligação seria, justamente, para o Brasil medir a temperatura do que poderia significar um encontro com Trump na Malásia, considerado um terreno neutro.
O temor dos auxiliares de Lula é que o presidente dos EUA tenha sinalizado vontade de diálogo como uma “armadilha”. Lembram que Trump expôs o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, a uma situação quando o convidou à Casa Branca e o criticou abertamente no local.
Metrópoles