O ex-presidente Michel Temer (MDB) durante evento em SP em 26/8/2025 — Foto: LECO VIANA/THENEWS2/ESTADÃO CONTEÚDO
O ex-presidente Michel Temer (MDB) afirmou nesta segunda-feira (22) que é preciso repensar o caminho da proposta que busca reduzir as penas para os condenados pela trama golpista, na esteira das novas sanções dos Estados Unidos ao entorno do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
“Realmente esse último gesto foi bastante agressivo, modifica um pouco as coisas. Da fórmula pela qual o Paulinho [da Força, deputado federal] e o presidente [da Câmara] Hugo Motta estavam levando as coisas, elas estavam fluindo, caminhando bem. Acho que, neste momento, é preciso repensar um pouco”, afirmou à GloboNews. “Essas coisas são assim, acontecem e tem que deixar assentar a poeira e retomar o assunto.”
A declaração foi dada ao chegar a evento de um banco na Zona Sul de São Paulo voltado para investidores e mercado. Ele participou de um painel que reuniu também os ex-presidentes da Câmara Arthur Lira (PP) e Rodrigo Maia (PSDB). Outras autoridades participaram do evento mais cedo — o presidente da Câmara, Hugo Motta, e os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Renan Filho (Transportes) e Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos).
Temer faz coro ao relator da anistia no Congresso, deputado Paulinho da Força (Solidariedade). Em entrevista à jornalista Malu Gaspar, afirmou que terão que “repensar tudo de novo”.
Questionado pela GloboNews sobre qual caminho deveriam seguir, Temer afirmou que “não saberia dizer neste momento” e que é preciso dialogar. Mas que, se for chamado, dará palpites.
O ex-presidente se reuniu na última quinta (18) com Paulinho e o deputado Aécio Neves (PSDB) para tratar da proposta que reduz penas para condenados pela tentativa de golpe de 8 de janeiro e tem participado das articulações em torno do texto.
Sobre o encontro, disse que conversaram e defendeu o que definiu como “óbvio”, um pacto entre os Poderes.
“Não adianta simplesmente produzir uma emenda constitucional no Congresso que venha eventualmente a ser derrubada no Supremo. Isso aumentaria a litigância entre os Poderes”, afirmou. “Foi a partir desta concepção que as pessoas disseram, muito bem, vamos dialogar entre nós — Executivo, Legislativo e Judiciário — para obter uma pacificação do nosso país.”
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