O Ministério Público da Paraíba (MPPB) recomendou, nesta terça-feira (9), a revogação da prisão temporária de cinco policiais suspeitos de realizar uma chacina, no dia 15 de fevereiro, no município de Conde, na Paraíba. Na ação, o órgão justifica que esse será um processo de longa duração.
.“Contudo, são diligências policiais necessárias para o deslinde do feito que, por sua natureza, demoraram mais que o tempo determinado para manutenção dos investigados em prisão temporária e, por esta razão, há necessidade de colocação dos investigados em liberdade condicionada”, diz o documento.
A ação foi assinada pelos promotores Rodrigo Silva Pires Sá, Yuri Givago Araújo Rodrigues e Túlio César Fernandes Neves, que opinaram pela conversão da prisão temporária e aplicação de medidas cautelares.
Entre elas estão: uso tornozeleira eletrônica, afastamento imediato do serviço, proibição do contato com familiares das vítimas, proibição de frequentar localidades próximas às residências das vítimas, recolhimento domiciliar no período noturno e comparecimento mensal em juízo.
“Persistem, ainda, riscos concretos à instrução processual, em razão da gravidade dos fatos, da condição funcional dos investigados (policiais militares com possibilidade de influência sobre testemunhas), da atuação dolosa na descaracterização da cena do crime, subtração dos objetos pessoais das vítimas e do enorme prejuízo à investigação a eles causado,” justifica o MP.
Quanto ao policial militar que segue foragido no exterior, o MP pediu para que a prisão temporária dele fosse convertida em preventiva.
O caso
Seis policiais militares foram alvo de uma operação, no dia 18 de agosto de 2025, suspeitos de envolvimento em uma chacina em Conde, no dia 15 de fevereiro, que terminou com a morte de cinco pessoas. A ação, coordenada pelo Ministério Público da Paraíba (MPPB), cumpriu 12 mandados judiciais, sendo seis de prisão temporária e seis de busca e apreensão.
Os mandados judiciais foram expedidos pela Vara Única do Conde. Durante a manhã, foram presos cinco agentes. Um dos alvos está fora do Brasil, segundo a defesa.
A ação contou com o apoio do Núcleo de Gestão do Conhecimento (NGC), Polícia Militar e da Polícia Civil da Paraíba.
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