O rompimento político em Serra Branca deixou de ser um rumor de bastidor para se tornar um fato escancarado. Em pronunciamento ao vivo na principal rádio do município, o vice-prefeito Flávio Torrealba não apenas oficializou o afastamento do prefeito Alexandre, como lançou uma acusação grave: a de que a cidade não é administrada pelo chefe do Executivo, mas pelo secretário de Administração, Marcos Pereira.
A declaração foi direta e sem meias-palavras. Para o vice, o prefeito tornou-se uma figura decorativa, enquanto as decisões estratégicas e políticas estariam concentradas nas mãos de um assessor, apelidado de “Rei” nos corredores da prefeitura.
Por que esse rompimento é tão explosivo
Não se trata apenas de uma disputa pessoal. As palavras do vice tocam na espinha dorsal da gestão: quem governa, de fato, Serra Branca?
O histórico recente reforça a gravidade da denúncia. Já são quatro baixas no alto escalão – secretarias de Saúde, Meio Ambiente e Assistência Social, além do próprio vice – todas justificadas por divergências internas e clima insustentável.
Se há um “prefeito de direito” e outro “de fato”, isso compromete a legitimidade administrativa e coloca em xeque a confiança dos eleitores. Mais do que um desgaste político, estamos diante de um possível colapso na governabilidade.
O que o prefeito tem a dizer?
Até agora, o prefeito Alexandre optou pelo silêncio. Uma escolha arriscada, já que a omissão, neste momento, não é interpretada como prudência, mas como concordância tácita ou falta de argumentos.
O que se espera é que ele explique, com clareza:
- Por que tantas figuras-chave abandonaram a gestão?
- Qual é o real papel do secretário Marcos Pereira?
- Quem está assinando e decidindo as ações que impactam diretamente a vida da população?
O peso político e o reflexo nas urnas
A crise aberta às vésperas de um ano eleitoral é um presente para a oposição e um pesadelo para a base governista. Se o prefeito não responder rápido e de forma convincente, corre o risco de transformar seu mandato no maior exemplo de como a ausência de diálogo interno e a concentração de poder podem prejudicar uma administração.
Enquanto isso, a população assiste tudo com muita preocupação, tentando entender se e como a cidade continuará funcionando com tantas rupturas e incertezas.
PARAÍBA DA GENTE