O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araqchi, afirmou nesta sexta-feira (20/6) que o país não tem qualquer intenção de negociar diretamente com os Estados Unidos. A declaração foi feita durante sua chegada a Genebra, na Suíça, onde participa de reuniões com representantes da França, Alemanha e Reino Unido.
Araqchi classificou os Estados Unidos como “parceiros de crimes” devido ao apoio ao governo de Israel, que tem realizado ataques contra o território iraniano. Segundo ele, enquanto os bombardeios israelenses continuarem, não haverá espaço para qualquer tipo de diálogo ou entendimento com Washington. “Enquanto a agressão não cessar, não haverá espaço para diplomacia e diálogo”, disse o ministro em entrevista à TV estatal iraniana.
O cenário ocorre em meio a uma escalada de tensões no Oriente Médio. Nas últimas semanas, Israel lançou uma série de ataques contra instalações que considera ligadas ao programa nuclear iraniano. O governo israelense justifica as ações como uma medida preventiva para conter possíveis ameaças. Em resposta, o Irã realizou disparos de drones e mísseis contra alvos em território israelense, aprofundando ainda mais o conflito.
Apesar do tom duro contra os Estados Unidos, o chanceler iraniano manteve as portas abertas para conversas com as potências europeias, especialmente no que diz respeito às discussões sobre o futuro do programa nuclear do país. As reuniões em Genebra têm como foco buscar alternativas diplomáticas para conter o avanço da crise, embora Araqchi tenha deixado claro que qualquer avanço depende do fim das ofensivas militares contra o Irã.
A declaração reforça o endurecimento da posição iraniana frente à política externa norte-americana e evidencia o impacto direto do apoio dos Estados Unidos a Israel no atual impasse diplomático.