Segundo os militares ucranianos, o míssil intercontinental foi lançado da região de Astrakhan, no sul da Rússia, em ataque a Dnipro, no centro-leste da Ucrânia, na manhã desta quinta. As duas cidades são separadas por 1 mil km. O ataque russo teve como alvo empresas e infraestrutura crítica na cidade, segundo a Força Aérea ucraniana. Ainda não se sabe qual foi o alvo específico do bombardeio ou se o míssil causou algum dano.
Um míssil balístico intercontinental é lançado a partir da terra, pode ser equipado com ogivas nucleares e, como o próprio nome indica, é projetado para viajar longas distâncias, superiores a 5.600 km. Segundo a enciclopédia Britannica, apenas os Estados Unidos, Rússia e China possuem esse tipo de mísseis.
O uso do míssil intercontinental pelos russos ocorre após a Ucrânia ter usado mísseis dos Estados Unidos e do Reino Unido para atingir alvos dentro da Rússia nesta semana, algo que Moscou havia alertado repetidamente que seria considerado uma escalada significativa. Os mísseis ATACMS e Storm Shadow, que os ucranianos foram autorizados a utilizar, têm alcances de no máximo 300 km.
As defesas aéreas da Ucrânia derrubaram seis mísseis de cruzeiro Kh-101 durante o ataque desta quinta, segundo o Exército ucraniano.
A Rússia não se pronunciou sobre o lançamento do míssil até o momento. Perguntado se o lançamento aconteceu, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, afirmou não ter nada a dizer sobre o assunto. O Ministério da Defesa russo afirmou que abateu dois mísseis de cruzeiro Storm Shadow nos últimos dias.
Dimensão internacional
Nas últimas semanas, a guerra na Ucrânia assumiu uma dimensão internacional com a chegada de tropas norte-coreanas para ajudar a Rússia no campo de batalha. Segundo Washington, esse novo movimento motivou a mudança de política de Biden em mísseis de longo alcance, o que irritou o Kremlin.
Como responta, na terça-feira (19) o presidente russo Vladimir Putin flexibilizou os parâmetros para o uso de seu arsenal nuclear, com uma nova doutrina que permite uma potencial resposta nuclear de Moscou até mesmo a um ataque convencional à Rússia por qualquer nação apoiada por uma potência nuclear.
Isso poderia incluir ataques ucranianos apoiados pelos EUA.
G1