O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) contou, nesta quarta-feira (17/7), ter sido avisado pela primeira-dama do Brasil, Janja Lula da Silva, a se atentar às palavras utilizadas para discursar no encerramento da 5ª Conferência Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência, em Brasília (DF).
“Janja me alertou de uma coisa, ela falou: Amor, tome cuidado com cada palavra que você vai falar, essa gente tem a sensibilidade aguçada. Para não falar nenhuma palavra que possa me criar problema”, afirmou.
A plateia, então, aplaudiu e gritou o nome da primeira-dama.
“Se eu falar, vocês sabem que nesse assunto vocês são especialistas. Eu sou um analfabeto, tenho muito a aprender para cuidar de vocês com o carinho necessário”, completou. Dessa forma, o petista improvisou em alguns momentos, mas se ateve a ler um discurso preparado para ele.
No ano passado, o chefe do Executivo foi acusado de capacitismo, ou seja, reforçar o preconceito contra as pessoas com deficiência. Em fala ao Conversa com Presidente, Lula disse que não seria visto de andador em pública, “então, significa que vocês vão me ver sempre bonito, como se não tivesse operado“.
“Vocês dão exemplo de abnegação e resiliência, só vocês podem dar exemplo de que o ser humano não tem limite. O ser humano consegue o que quer, é só ter vontade”, falou, nesta manhã.
“Limitadas não são as pessoas com deficiência, mas os ambientes físicos que precisam se adaptar. É o hotel que precisa se adaptar. Assim como a escola. Não o contrário”, comentou.
No evento, o governo federal anunciou uma melhoria no Sistema Nacional de Cadastro da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (SisTEA), a fim de facilitar a emissão da carteira de identificação da pessoa autista (Ciptea).
Lula foi celebrado pela plateia pela retomada da conferência, que começou no governo dele, em 2006, e havia ficado paralisada nos últimos anos.
