A avó paterna da criança, de 2 anos, com paralisia cerebral, que foi retirada dos pais influenciadores — investigados por maus-tratos e desvio de dinheiro do tratamento da menina — está sofrendo com ameaças. A mulher ficou responsável pelos cuidados com a garota.
Segundo a conselheira tutelar Grazielle Ramos, a avó relatou as ameaças e se disse amedrontada. “A avó me relatou que a estão agredindo nas redes sociais, reclamando, falando mal do Conselho Tutelar, questionando o motivo de o Conselho entregar a menina para ela. Mas essas pessoas não sabem que nós fizemos todo um estudo antes de entregar a criança para a avó”, contou a conselheira ao g1.
Ainda de acordo com a conselheira, além da avó, outros profissionais de saúde que cuidam da criança também disseram à conselheira estarem com medo de represálias. Segundo a Grazielle, ela vai acionar autoridades para que os atendimentos ocorram.
A avó foi ouvida pela Polícia Civil nessa quarta-feira (26/6). Segundo a delegada responsável pelo caso, Aline Lopes, ela também contou sobre as ameaças e ficou de reunir provas para entregar à corporação.
Influenciadores suspeitos de maus-tratos
Os influenciadores Igor de Oliveira Viana, 24 anos, e Ana Vitória Alves dos Santos, 22, que moram em Anápolis, a cerca de 55 km da capital goiana, são suspeitos de maus-tratos contra a filha.
Desde então, o pai é suspeito de maus-tratos e por causar constrangimento à criança. Igor mostrava, nas redes sociais, a rotina de cuidados com a criança, mas também, em alguns momentos, debochava da condição da filha. Em um dos vídeos que estão sob investigação da Polícia Civil, o pai chama a filha de inútil após pedir que ela vá ao mercado.
Já a mãe da menina é suspeita de desviar o dinheiro de doações para procedimentos estéticos.
Segundo Aline Lopes, até terça-feira (25/6), foram feitas mais de 30 denúncias contra o casal, inclusive de pessoas próximas. Nessas denúncias, o casal é acusado de usar o dinheiro doado pelos seguidores também para benefício próprio.
Em nota, a defesa de Igor informou que ele está à disposição da Autoridade Policial, e que ele deve se apresentar de forma espontânea junto a delegacia de proteção à criança e adolescente — DPCA, para prestar todos os esclarecimentos que o caso requer, cooperando com toda investigação.
A defesa de Ana aponta que ela é inocente. Também por meio de nota, a defesa dela diz que a jovem se apresentou à delegacia e que os envolvidos estão impedidos de prestar informações mais detalhadas sobre a investigação.
