Inquérito do Departamento de Investigações sobre Narcóticos (Denarc) aponta que o Primeiro Comando da Capital (PCC) usa laranjas, incluindo crianças, para manter a rede de hotéis na Cracolândia, no centro de São Paulo, considerada o coração do tráfico de drogas na região.
Ao todo, o Denarc lista 90 endereços que seriam usados pelo PCC para armazenar drogas, abastecer os traficantes nas ruas e lavar o dinheiro obtido pela venda, principalmente do crack. Os locais investigados incluem hotéis, pensões, bares e prostíbulos.
Operação
Segundo a investigação, os hotéis eram usados, ainda, para reunião de traficantes e “tribunais do crime”. Em um desses episódios, o PCC chegou a decretar a “internação compulsória” de um dependente químico.
O uso de laranjas e a troca de propriedade entre os investigados seriam parte da estratégia da facção para dificultar investigações e conseguir manter o esquema, segundo a polícia.
A terceira fase da Operação Downtown cumpriu 140 mandados de busca e apreensão em 28 hospedagens da Cracolândia. Com 400 policiais mobiliados, o objetivo era desmantelar a rede de hotéis usada pelo PCC.
Na ação, os policiais apreenderam 80 gramas de dry, 110 gramas de crack, 6 quilos de skunk e 22,6 quilos de cocaína. Também recolheram um revólver calibre 38, 73 munições e 38 celulares.