Um adolescente de 16 anos matou a família adotiva, em 17 de maio, dentro de casa, na Vila Jaguara, em São Paulo. O jovem atirou no pai, na irmã e na mãe, além de esfaquear o corpo da mãe um dia após os assassinatos. O motivo do crime seria porque os pais confiscaram o celular do garoto.
Outro jovem de 16 anos foi apreendido, também na última semana, após matar os pais adotivos a marteladas e depois incendiar o quarto do casal em Jacarepaguá, zona oeste do Rio de Janeiro. O motivo do crime seria uma discussão sobre os pais não permitirem que o filho faltasse às aulas para frequentar os treinos de jiu-jítsu. Psicólogos e psicanalistas falam sobre os casos.
“Em ambos o casos, os adolescentes aparentam ter sinais graves de transtornos psiquiátricos, bem semelhante à psicopatia, considerando a ausência de remorso e uma dificuldade em lidar com frustação. Tudo isso mostra que a família estava fazendo um exercício de limite, tentando limitar de alguma forma a ação do adolescente, e ele não tolerou”, analisa a psicóloga Débora Porto.
O jovem de São Paulo ficou com os corpos da família de sexta-feira (17/5), quando o crime foi cometido, até a madrugada desta segunda-feira (20/5). Após ter matado o pai, com um tiro na nuca, e a irmã com um disparo no rosto, ele teria ido à academia e depois retornado para esperar a mãe chegar e matá-la.
Segundo as autoridades, o adolescente diz não se arrepender do crime e que “faria de novo”.
A psicologa explica que pode existir duas situações: o jovem pode ter nascido com algumas características de conduta, mas também, pode ter desenvolvido tais características após passar por um trauma, principalmente na infância.
“É difícil saber, porque não temos o histórico de vida dos adolescentes. Pode ter sido fruto de um trauma ou eles podem ter nascido com uma dessas características, que ficaram mais forte com o desenvolver da personalidade”, relatou Débora.
O adolescente do Rio de Janeiro, que matou os pais a marteladas, teria saído com um amigo para lanchar, antes de queimar os corpos das vítimas.
“A falta de acompanhamento profissional durante essas fases se torna muito importante, porque poderia haver, desde pequeno, um certo ajuste na conduta. Eles podem sim dar sinais de comportamento agressivo, falas ou desenhos. Não podemos excluir o fato de como a sociedade está lidando com os jovens hoje em dia. Muitos adolescentes crescem sem saber lidar com as próprias emoções” destacou a psicóloga.
O ato de frieza, em ambos os casos, de terem saído para lanchar ou ir à academia “são características muito fortes de transtornos”, de acordo com a profissional.
PARAÍBA DA GENTE
Com Metrópoles