No seu primeiro mês de operação, o programa Desenrola alcançou resultados expressivos, renegociando R$ 8,1 bilhões em dívidas bancárias e atendendo a 985 mil clientes. O programa, que em breve se expandirá para incluir débitos não bancários, busca aliviar o fardo financeiro dos devedores.
No entanto, economistas levantam importantes considerações sobre a necessidade de uma sólida educação financeira para garantir que o alívio seja duradouro e que os beneficiados não caiam novamente em armadilhas de endividamento.
Um dos pontos críticos levantados é a eliminação das dívidas de até R$ 100 dos cadastros negativos. Embora essa ação tenha proporcionado um alívio imediato, os especialistas alertam que os débitos não foram anulados, e continuarão a acumular juros. A falta de uma abordagem educativa durante a primeira fase do programa é uma preocupação destacada por economistas. Sem a devida orientação, os devedores podem correr o risco de reacumular dívidas no futuro.
A segunda fase do Desenrola exige um planejamento mais cuidadoso por parte dos participantes.
Economistas recomendam que aqueles que parcelaram débitos priorizem a quitação desses compromissos renegociados, como forma de evitar reincidência no endividamento.
Embora alguns bancos estejam oferecendo campanhas de esclarecimento em forma de vídeos, a ausência de um componente de reeducação financeira mais estruturado é vista como uma falha no programa.
A falta de conscientização pode levar a uma retomada rápida de padrões de gastos insustentáveis. Embora cursos de educação financeira estejam planejados para a próxima etapa do Desenrola, eles não serão obrigatórios para aderir ao programa, o que pode resultar em participantes desprotegidos.
Além disso, a importância de evitar golpes virtuais é ressaltada. Desde o lançamento do Desenrola, criminosos têm utilizado e-mails, SMS e aplicativos de mensagens para enviar links falsos que prometem renegociações. Clicar nesses links pode resultar em roubo de informações pessoais ou transferência de dinheiro para os golpistas.
Para evitar isso, é vital que os correntistas busquem canais oficiais, como aplicativos, sites ou atendimento presencial em agências, e evitem atender ligações de números desconhecidos ou clicar em links suspeitos.