Em depoimento à Polícia Federal (PF), a enfermeira Cláudia Helena Acosta Rodrigues da Silva disse que emprestou sua senha para o então secretário municipal de governo de Duque de Caxias, João Carlos de Sousa Brecha, excluir registros de vacinação contra a Covid-19 do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
A PF investiga um grupo suspeito de inserir dados falsos de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde. Os fatos são apurados na Operação Venire. O conteúdo do depoimento foi divulgado incialmente pelo jornal “Folha de S.Paulo” e confirmado pela TV Globo.
De acordo com as investigações, os sistemas do Ministério da Saúde indicam que duas doses de vacinas contra Covid teriam sido aplicadas em Jair Bolsonaro.
À PF, a servidora afirmou que foi procurada pelo secretário municipal de governo, mas não recebeu informações sobre quais registros seriam excluídos sob a justificativa de não “envolvê-la em problemas, uma vez que se tratavam de pessoas relevantes e conhecidas”.
Cláudia afirmou que emprestou a senha, porque acreditava que a exclusão dos registros seria “idônea” e disse não ter visto “qualquer má fé” no pedido. A enfermeira disse ainda que só começou a ajudar Brecha após solicitação de sua chefe, a secretária de Saúde, Célia Serrano.
A servidora declarou à PF que não conhece pessoalmente Brecha e que os dois apenas trocaram mensagens de whatsapp.