Candidato do PT à Presidência, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quarta-feira que os apoios que o presidente Jair Bolsonaro (PL) recebeu nos últimos dias são de pessoas que já o apoiavam no primeiro turno. Na terça-feira, Bolsonaro recebeu o suporte dos governadores Romeu Zema (Novo-MG), Cláudio Castro (PL-RJ) e Rodrigo Garcia (PSDB-SP).
— A somatória do meu adversário é o mesmo do mesmo. Ele já está tendo apoio de quem já apoiou ele no primeiro turno. Todo mundo sabia que o governador do Rio era bolsonarista, todo mundo sabia que o Rodrigo era bolsonarista. Nós vamos juntar os diferentes para vencer os antagônicos — disse Lula.
Lula fez um pronunciamento nesta tarde ao lado do presidente do PDT, Carlos Lupi. O encontro entre os dois aconteceu um dia após os pedetistas anunciarem apoio ao petista no segundo turno. A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, convidou Lupi a integrar a coordenação de campanha de Lula durante o evento.
— O PDT não é importante pela quantidade de votos que teve nestas eleições, o PDT é muito importante pela história dele — disse Lula.
O presidente do PDT já conversava com lideranças do PT sobre o apoio ao ex-presidente. O cacique pedetista negociou para que a campanha de Lula absorva propostas caras ao PDT em troca do palanque ao ex-presidente. As prioridades do partido são a renda mínima, no valor de R$ 1 mil, o programa para renegociar dívidas e limpar o nome de pessoas físicas e jurídicas do SPC e Serasa, e a escola em tempo integral.
O candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, afirmou que acompanha a decisão de seu partido de apoiar Lula. O pedetista, porém, não citou em nenhum momento o nome do petista nem sua sigla. Ciro ficou em quarto lugar na disputa ao Palácio do Planalto, com apenas 3% dos votos.
Ao longo da campanha, o pedetista deferiu duros ataques a Lula e o clima entre os dois piorou na reta final, quando o petista adotou a estratégia do voto útil para tentar atrair os votos de Ciro.
Historicamente, o PDT sempre esteve ao lado do PT em disputas de segundo turno à Presidência. Em 2018, o partido pedetista anunciou “apoio crítico” ao ex-ministro Fernando Haddad, então candidato petista.