O governador da Paraíba e presidente estadual do PSB, João Azevêdo, colocou um ponto final nas especulações e confirmou aquilo que já vinha sendo tratado como certo nos bastidores: deixará o Governo do Estado em abril de 2026 para disputar uma vaga no Senado Federal nas eleições de outubro do próximo ano.
Com um discurso de balanço de gestão e tom de despedida antecipada, Azevêdo afirmou sair do governo com a sensação de dever cumprido, mas sem o discurso triunfalista que costuma marcar encerramentos de mandato. “Saio com a sensação de missão cumprida, de que conseguimos evoluir e crescer muito, mas sabendo que ainda há muito a ser feito. A Paraíba é um estado pobre, com desafios históricos que não se resolvem em poucos anos”, afirmou durante entrevista.
Ao longo da entrevista, o governador destacou o cenário econômico estadual e relembrou obstáculos enfrentados desde o início da gestão, especialmente em um estado que convive com desigualdades regionais profundas. Azevêdo fez questão de frisar que não acredita em governos salvadores ou em gestões que resolvam todos os problemas, sinalizando uma tentativa de manter o discurso de responsabilidade fiscal e administrativa que marcou seu mandato.
A saída em abril de 2026 abre caminho para que o vice-governador Lucas Ribeiro (PP) assuma o comando do Executivo estadual e dispute a reeleição. Apesar de rumores recentes sobre uma possível mudança de planos, João Azevêdo foi categórico ao descartar qualquer recuo. O cronograma político, segundo ele, está mantido.
Nos bastidores, a confirmação acelera a montagem da chapa governista e reorganiza o xadrez eleitoral. Além de Azevêdo, o grupo trabalha com o nome do prefeito de Patos, Nabor Wanderley (Republicanos, como outro pré-candidato ao Senado, compondo uma estratégia que busca equilíbrio entre capital e interior.
A movimentação não passa despercebida pelos adversários. A oposição, que também mira o eleitorado do interior como prioridade, começa a intensificar articulações e discursos, antecipando uma disputa que promete ser uma das mais acirradas dos últimos anos no estado.
Com a decisão anunciada, João Azevêdo deixa claro que 2026 já começou para a classe política paraibana. E, a partir de agora, cada gesto do governo e dos aliados será lido sob a lente da sucessão e da corrida ao Senado.
