Aos poucos, depois de acidentes, sustos, feridas abertas no asfalto e na consciência coletiva, a BR-412, no trecho que corta Monteiro, começa a receber aquilo que sempre deveria ter tido: atenção. Nas imediações do Queiroz Atacadão, a sinalização enfim aparece. Não como favor, mas como resposta tardia a uma realidade que já gritava.
Ali não é apenas um trecho de rodovia. É uma roleta russa diária. Um ponto onde carros passam rápido demais, motos se arriscam além do limite e pedestres contam com a sorte. Próximo à entrada que dá acesso ao bairro da UPA, o risco se multiplica. É um local que pede mais do que placas: pede lombadas, redução de velocidade e respeito.
Mas que fique claro: a sinalização é avanço, sim. Porém, não é solução definitiva. As cobranças não podem parar. Quando o assunto é trânsito, quanto mais segurança, melhor. Sempre melhor. Porque estatísticas não são números frios — são nomes, famílias, histórias interrompidas.
E Monteiro, infelizmente, não tem bons números no trânsito. O município ainda é pobre quando o tema é educação e responsabilidade viária. Parte disso se explica por um problema mais grave: gente despreparada assumindo o volante. Pessoas que transformam um veículo em arma, a pressa em imprudência e o direito de ir e vir em ameaça constante.
Não adianta só cobrar das autoridades. É preciso cobrar de si. Trânsito não é disputa, não é palco para valentia, não é lugar de improviso. É espaço coletivo, onde um erro pode custar uma vida.
Que o trabalho continue, com reivindicações firmes, fiscalização presente e melhorias constantes. Mas que avance, sobretudo, a consciência das pessoas. Porque nenhuma placa substitui o bom senso. Nenhuma lombada vence a irresponsabilidade. E nenhuma sinalização salva quem insiste em brincar com a própria vida — e com a dos outros.
PARAÍBA DA GENTE





















