Falar abertamente sobre câncer de próstata é fundamental para evitar atrasos no diagnóstico. No dia a dia da prática clínica, ainda é comum encontrar homens com exames alterados há bastante tempo, que não procuram um urologista nem buscam orientação. Esse comportamento faz com que muitos recebam o diagnóstico tardiamente, reduzindo as chances de cura.
Entre os mitos que mais prejudicam a saúde masculina, um dos mais persistentes é a ideia de que o exame de toque pode afetar a masculinidade. Essa crença não tem qualquer fundamento. É um pensamento que atravessou gerações, mas não corresponde à realidade.
O toque retal é um exame simples, rápido e focado na avaliação da área da próstata em que o tumor costuma surgir com maior frequência. Ele não interfere na libido, desempenho sexual ou qualquer outro aspecto ligado à saúde íntima. Fatores muito mais comuns, como obesidade, diabetes descontrolado, colesterol elevado e doenças cardiovasculares, têm impacto muito maior sobre essas funções, não o exame preventivo.
Outro equívoco frequente é a ideia de que o câncer de próstata ocorre apenas em homens mais velhos. Apesar de ser mais comum com o avanço da idade, isso não é uma regra absoluta. Há casos diagnosticados em homens mais jovens. Por isso, recomenda-se iniciar o acompanhamento com PSA e toque a partir dos 50 anos, ou dos 45 quando há histórico familiar, podendo começar até antes, dependendo da situação clínica.
Também é importante reforçar que a ausência de sintomas não significa ausência de doença. O câncer de próstata, em sua fase inicial, quase nunca provoca sinais perceptíveis. Isso quer dizer que esperar sinais aparecerem é um erro que pode comprometer todo o curso do tratamento. Quando os sintomas surgem, muitas vezes a doença já está em estágio mais avançado.
Por fim, outro mito muito comum é o receio de que a biópsia possa “espalhar” o tumor. Isso não tem base científica. A biópsia é uma etapa essencial tanto para confirmar o diagnóstico quanto para determinar o risco da doença e definir, com precisão, o melhor caminho terapêutico.
Desfazer esses mitos é parte essencial da prevenção. Informação de qualidade e acompanhamento médico regular são as ferramentas mais eficazes para proteger a saúde do homem e garantir diagnósticos no momento certo.























