O Cariri paraibano vive mais uma vez o contraste de sua paisagem. O solo rachado, a vegetação seca e o calor escaldante são marcas de um tempo de pouca chuva. Mas é justamente neste cenário de resistência que a natureza escolhe florescer: os ipês-amarelos enchem de cor as margens das estradas, transformando a paisagem cinzenta em um espetáculo de esperança.
No trecho entre Sumé e Camalaú, as copas douradas dessas árvores se destacam no horizonte e atraem o olhar de quem cruza a rodovia. Em meio à seca, o florescimento do ipê é um lembrete da força e da beleza que resistem mesmo diante da adversidade — uma lição silenciosa que o sertanejo conhece bem.
A primavera, que no calendário marca o período das flores, no Cariri ganha outro significado: é o tempo em que a terra, mesmo cansada e sedenta, mostra sua fé. É o sertão dizendo que a vida persiste, que a esperança ainda brota — mesmo que as chuvas demorem a chegar.
Enquanto isso, o caririzeiro segue olhando para o céu, aguardando pelas primeiras nuvens que anunciem o inverno. O calor intenso e as altas temperaturas têm sido desafiadores, mas o povo da região, acostumado à luta e à fé, mantém o coração firme.
Entre a seca e a flor, entre o pó e o perfume, o Cariri reafirma sua beleza única e sua ligação com o divino — como se, em cada flor amarela do ipê, houvesse uma mensagem de Deus lembrando que a vida sempre encontra um jeito de renascer.
Trecho registrado entre Sumé e Camalaú, no coração do Cariri paraibano.
Paraíba da Gente























