Ex-governador do ceará, ex-ministro e ex-candidato à Presidência da República, Ciro Gomes oficializou, nesta quarta-feira (22/10), sua filiação ao PSDB, legenda para a qual retorna após 29 anos, em um evento em Fortaleza (CE). De quebra, foi anunciado como o novo presidente do PSDB no Ceará. Bem no seu estilo “metralhadora giratória”, Ciro não poupou, em seu discurso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e alfinetou o vice Geraldo Alckmin (PSB), chamando-o ironicamente de “socialista” e “grande guru da esquerda”.
Ciro pediu o desligamento do PDT, ao qual era filiado desde 2015, e agora retorna ao ninho tucano, pelo qual já governou o Ceará entre 1991 e 1994.
O cearense também direcionou críticas ao desafeto Camilo Santana, afirmando que iria “tirar a máscara” do ministro da Educação. Outro alvo foi o presidente Lula, por conta de algumas de suas alianças ao longo da carreira política.
“Quando Lula se elege, chama o José Alencar, do PL, para ser o vice-presidente da República. Aí tudo bem, pode fazer aliança com o PL. Quando Lula resolveu lançar Dilma, sem vivência política nenhuma, já avisado que as coisas podiam ser gravemente traumatizadas, como infelizmente aconteceu, ele chamou a polêmica figura do Michel Temer, do MDB. Aí pode, não tem problema nenhum, porque sendo Lula e o PT, pode”, atacou Ciro.
“Quando agora, mais recentemente, o Lula quis se eleger por quase 1% apenas de diferença do Bolsonaro, depois de todas as dificuldades que passou, quem ele chamou para ser o vice? Geraldo Alckmin, fundador do PSDB, agora é socialista, um grande guru da esquerda, companheiro, porque para eles tudo pode”, completou.
Ciro agradeceu ao ex-presidente do PSDB Tasso Jereissati, responsável por convencê-lo a retornar à legenda, pelo convite ao partido tucano: “De tantos gestos, o mais transcendente, mais relevante e generoso foi o convite do maior estadista cearense, Tasso Jereissati, para que eu recomeçasse a minha vida pública no PSDB”.
Candidatura ao governo do Ceará
O atual filiado do PSDB não confirmou se vai concorrer ao governo do Ceará em 2026, apesar de Ozires Pontesm atual presidente tucano no Ceará, ter confirmado a candidatura na semana passada. De acordo com Ciro, ele só voltaria a se candidatar em caso de “polarização extrema”, mas que não se permite ser omisso e que sua luta não será com radicalismo.
“Se o juízo mandasse em mim, eu não seria mais candidato a nada. Mas o juízo é pouco, aqui. Quem manda aqui é o coração. Vamos preparar um projeto de futuro. Vou cumprir a minha obrigação”, afirmou, sem confirmar a candidatura.
Metrópoles
