Jair Bolsonaro está preso desde 4 de agosto. Como líder político da direita e principal adversário de Lula, tenta manter o controle sobre sua organização de dentro da prisão.
As conversas e articulações políticas se dão por meio de visitas autorizadas pelo ministro Alexandre de Moraes.
Elementos não faltam a comprovar o fracasso desse modelo.
Lula tentou controlar a esquerda de dentro da prisão, em 2018, e deu no que deu. Ainda que contasse com a fidelidade dos petistas, a derrota veio por elementos básicos: um general precisa estar no campo de batalha com a tropa. A velocidade da corrida eleitoral não segue a rotina de visitas de uma prisão. É preciso estar no olho do furacão, sentindo os movimentos dos adversários e articulando movimentos.
Bolsonaro não estará na linha de frente da eleição de 2026. Hoje preso em casa, deve puxar um tempo de pena em regime fechado, até conseguir a prisão domiciliar novamente. Não deve durar muito, dado seu estado de saúde, mas deve acontecer.
Ao resistir tanto tempo a ungir um aliado como novo líder da direita, Bolsonaro mostra ao país – e a seus eleitores – que não confia em ninguém para liderar seu projeto.
São essas ausências de confiança e de liderança — o famoso vácuo de poder — que têm fertilizado o terreno das intrigas e ataques públicos entre bolsonaristas nas últimas semanas.
A família Bolsonaro já bateu de frente com Tarcísio de Freitas, Valdemar Costa Neto, Gilberto Kassab e, nos últimos dias, Ciro Nogueira. Foi, como dizem aliados do capitão, o melhor cabo eleitoral da esquerda no país.
Enquanto o vácuo de liderança na direita não for resolvido, diz um aliado de Bolsonaro, não haverá caminho, estratégia e avanço nas articulações de uma aliança que derrote Lula e reconquiste o Planalto.
“A esquerda, claro, agradece – e avança”, diz um aliado de Bolsonaro.
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