Uma testemunha disse à Polícia Civil que Demetrius Emerson de Farias (foto abaixo), de 49 anos, que manteve a mãe presa por 15 anos em uma residência em Samambaia, frequentemente a ofendia com palavras cruéis, dizendo: “Morre, sua velha. Não vai fazer falta aqui. Não presta pra nada”.
A vítima, de 72 anos, muitas vezes era deixada sozinha e chorando. A pessoa que conhece a idosa há cerca de nove anos, revelou ainda que a mulher vivia com hematomas nos braços, e um deles teria ocorrido após uma discussão com o filho.
Outra pessoa próxima contou que, ao retirar seis sacos de lixo da casa, Demetrius quase agrediu a mãe.

Segundo os relatos, ele ainda impedia que a idosa comprasse um novo fogão ou realizasse exames oftalmológicos, mesmo após perda de visão recente.
Em 2024, ele teria viajado ao Rio de Janeiro para assistir a um show de Madonna com o dinheiro da mãe, deixando-a abandonada por quatro dias.
Entenda o caso:
- A mulher foi resgatada por uma equipe da Seção de Atendimento à Mulher da 26ª Delegacia de Polícia (Samambaia) nessa quinta-feira (9/10) na QR 208.
- Ela era mantida presa em um casa totalmente tomada por entulhos e em condições insalubres.
- A vítima relatou que, além de sofrer agressões verbais, não tinha acesso à própria pensão de R$ 5 mil, que era administrada pelo filho.
- Segundo a vítima, ele decidia como gastar o dinheiro, e ela se alimentava apenas de panetones, leite e água da torneira.
“Nunca foi uma boa mãe”
Demetrius foi autuado por crime contra pessoa idosa, com base na Lei Maria da Penha. Em depoimento, ele afirmou que, desde 2003, administra a pensão da mãe, deixada pela avó.
Disse ainda que metade do dinheiro era usada para pagar o plano de saúde da idosa e que ficava apenas com R$ 500. O suspeito declarou também que a mãe “é difícil de lidar” e que “nunca foi uma boa mãe”, mas admitiu estar errado “por ser filho e ela, uma idosa”.
Casa cheia de entulhos
Roupas e caixas estavam espalhadas por todos os cômodos. O banheiro, a cozinha e o quarto onde a mulher de 72 anos dormia eram totalmente insalubres — com sujeira, mofo e mau cheiro. Caixas de remédios estavam jogadas sobre os móveis, e o fogão acumulava crostas de gordura.
Em meio ao lixo, dezenas de caixas de panetone chamavam a atenção — o alimento que, segundo a vítima, fazia parte da sua rotina de sobrevivência em condições degradantes.
A vítima contou aos agentes que o acúmulo de lixo durava mais de 15 anos e que os cômodos nunca eram limpos, pois o filho sofre de transtorno obsessivo-compulsivo (TOC).
Veja o vídeo:
Metrópoles