A condução do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), diante da pressão pelo Projeto de Lei da Anistia dos envolvidos nos atos de 8 de janeiro, vem gerando duras análises de comentaristas políticos. Nesta sexta-feira (5), tanto Natuza Nery quanto Gerson Camarotti, da GloboNews, destacaram a fragilidade do paraibano no comando da Casa Legislativa.
Em participação no canal, Natuza Nery afirmou que Motta é hoje um “presidente fragilizado”, frequentemente sabotado pelo ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL). Ela comparou o estilo mais suave e dialogal de Motta ao perfil combativo de Lira e avaliou que, se não conseguir se reposicionar, o deputado pode se transformar em um “morto-vivo” político.
“Motta tem um estilo muito diferente de Lira. Tem diálogo mais fácil, é mais suave que Lira. Mas presidente da Câmara fraco não vai a lugar nenhum. Ele precisa achar alguma maneira de se reposicionar nesse jogo (…) Ou ele se reposiciona e acumula força ou vai virar morto-vivo daqui para a próxima eleição da Mesa Diretora”, disse Natuza.
Na mesma linha, durante o programa Edição das 18h, Gerson Camarotti reforçou o cenário de isolamento de Motta e apontou que ele estaria “emparedado pela sombra de Arthur Lira”, já de olho em 2027.
“Hugo Motta foi eleito com uma quantidade de votos expressiva e com muitos acordos para serem cumpridos, e ele não está dando conta disso. (…) Já está pensando na reeleição em 2027. E o Arthur Lira já pensa, como plano B, se não conseguir ser candidato ao Senado, tentar a reeleição para a Câmara e voltar para a presidência da Casa. Então, isso vira uma sombra para Hugo Motta. (…) Hugo Motta, na prática, está emparedado pela sombra do Arthur Lira”, avaliou.
As análises de Natuza e Camarotti convergem ao apontar que Hugo Motta vive um momento de forte desgaste político, pressionado por promessas contraditórias feitas a governo e oposição sobre a pauta da anistia e pela constante influência de Arthur Lira nos bastidores. O futuro do deputado, afirmam, dependerá de sua capacidade de recuperar força e liderança no Legislativo.
Confira as análises: