Presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto afirmou nesta quarta-feira, 3, que o projeto de anistia que tramita no Congresso ao mesmo tempo em que Jair Bolsonaro (PL) é julgado pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) deve beneficiar o ex-presidente “em segundo momento”. Segundo o dirigente partidário, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), atua em Brasília pela aprovação do perdão aos condenados pelo 8 de Janeiro.
“Não podemos fazer uma anistia se Bolsonaro não foi condenado ainda. Esperamos que haja o entendimento que esse pessoal que não teve direito a defesa possa ser anistiado. Todos foram presos no 8 de Janeiro sem se defender”, afirmou Valdemar em entrevista à GloboNews. Os réus tiveram direito de defesa no curso do processo.
Valdemar também citou os esforços do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), para articular no Congresso a aprovação do perdão político aos golpistas. “Ele tem trabalhado, tem ajudado dentro do Republicanos, para que a gente faça a anistia”, disse. Negou, entretanto, que essa seja uma condição para apoiá-lo como candidato à Presidência em 2026.
O dirigente afirmou que vai seguir a indicação de Bolsonaro para escolher o candidato do partido, seja Tarcísio, seja o filho do ex-presidente, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está nos Estados Unidos e mediou com o governo americano sanções contra o Brasil e autoridades brasileiras.
Sobre o tarifaço de Donald Trump, Valdemar tenta afastar a digital de Eduardo desta e de outras punições americanas contra o País, afirmando que o deputado federal está nos EUA apenas para “defender o pai”. “Eduardo não articulou isso (tarifas), ele está lá para ajudar o pai dele.”
Sobre o julgamento que entrou no segundo dia no STF nesta quarta-feira, Valdemar insistiu que réus do núcleo crucial deveriam ter direito a um segundo julgamento, criticando a ação penal ter ido direto para a instância máxima do Judiciário. Ainda sobre a anistia, o presidente do PL afirma que é preciso “valorizar” o trabalho do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), porque é preciso de seu apoio para o projeto caminhar na Casa.
Segundo as contas do dirigente partidário, há apoio dos partidos PP, União Brasil, Republicamos, PSD e do próprio PL, afirmando que deve computar cerca de 300 votos pela anistia, duas semanas após o resultado do julgamento do STF que pode condenar ou absolver Bolsonaro.
Band/UOL