Vanderlei Luxemburgo avaliou a má fase de Neymar, durante o Galvão e Amigos desta segunda-feira (1º), e afirmou que o atacante acreditava que sua convocação para a Seleção Brasileira era certa, independentemente de rendimento ou condição física. Para o treinador, o problema do jogador hoje está no campo emocional.
“O ego dele é maior do que ele. Ele não tinha necessidade de responder daquela forma, mas quis mostrar que está acima do bem e do mal. Ele pensava: ‘Vou provar que não fui convocado porque o Ancelotti não quis, não porque estava mal fisicamente’. Só que, quando o ego é maior, a primeira reação é atacar. Ele não consegue transformar as críticas em uma arma para jogar mais”, declarou Luxemburgo.
Segundo o técnico, Neymar ainda não aceitou a mudança de cenário em sua carreira. “Na cabeça dele, ele tinha total certeza de que seria convocado. Jogando bem ou mal, fisicamente bem ou não, acreditava que era indispensável. Só que veio um treinador europeu, que deixou claro: só joga quem estiver 100%. Isso mudou tudo”, acrescentou.
Desequilíbrio emocional
Luxemburgo destacou que o maior desafio de Neymar é recuperar o controle emocional: “A parte emocional é a pior de todas. O equilíbrio dele está zero. Ele não sabe a hora de atacar, defender ou reagir. Sempre jogou em grandes times, mas agora está em uma equipe em dificuldade, brigando embaixo da tabela”, avaliou.
O treinador apontou ainda que os sinais dessa instabilidade aparecem dentro de campo. “Nunca imaginei que ele fosse bater boca com o Ganso ou quase discutir com o Thiago Silva. Esse comportamento tem se repetido em todos os jogos. Ele está angustiado e nervoso demais”, disse.
Neymar cria pressão sobre Ancelotti
Na visão de Luxemburgo, a entrevista de Neymar após o jogo contra o Fluminense criou um problema desnecessário para Carlo Ancelotti. “Ele vai ser questionado: ‘Não convocou o Neymar por quê? Pela parte física ou pela técnica?’ A resposta tem que ser clara: não foi convocado porque não estava 100%. Quando estiver, vai melhorar tecnicamente. Uma coisa está ligada à outra”, concluiu.