A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria para acatar a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Glaudiston da Silva Cabral, que chamou o ministro Alexandre de Moraes de “sacrificador de crianças” e “satanista”. Ele é acusado de associação criminosa e incitação ao crime.
O julgamento ocorre no plenário virtual. Seguiram o relator Alexandre de Moraes os ministros Flávio Dino, Cristiano Zanin e Cármen Lúcia, para tornar Glaudiston réu.
Segundo a PGR, Glaudiston teria incitado a atuação das Forças Armadas contra os “Poderes Constituídos” e a prática de golpe de Estado. Moraes afirma que a conduta do denunciado revela-se “gravíssima” e compromete a segurança do Estado Democrático de Direito.
O denunciado também afirmou em vídeo: “tô de saco cheio dessa m**, desse país de covarde, um bando de cidadão, 210 milhões de brasileiros, aceitando que 11 vagabundos digam como a gente tem que viver”.
A PGR aponta que Glaudiston se associou a centenas de pessoas desde julho de 2020, com objetivo de atacar a legitimidade do sistema eleitoral e o Estado Democrático de Direito, inclusive após os atos de 8 de janeiro de 2023.
Em outubro de 2023, ele protocolou petição na 1ª Vara Criminal de Dourados (MS), acusando ministros do STF de “genocidas” e “pedófilos” e chamando Moraes de “especialista em totalitarismo”. A petição levou à abertura de inquérito pela Polícia Federal.
A defesa, representada pela Defensoria Pública da União (DPU), contestou a tramitação do caso no STF, alegando “óbvio impedimento” de Moraes e ausência de especificação das condutas que configurariam crime. Alega ainda que não há correlação entre os atos de Glaudiston e os eventos de 8 de janeiro.
Desobediência
Em abril de 2025, Glaudiston foi preso em Ponta Porã (MS). Ele havia rompido a tornozeleira eletrônica e descumprido diversas restrições judiciais desde maio de 2024, ignorando contatos das autoridades penitenciárias e tentando fugir da Justiça.
A prisão preventiva foi determinada por Moraes e executada pela Polícia Federal na residência do acusado. No momento da detenção, recusou-se a assinar a Nota de Culpa.
Segundo documentos oficiais, Glaudiston reiterou suas ofensas a ministros do STF e acusou agentes da Polícia Federal de atuarem como “milicianos”. A PGR afirma que sua mobilização e incitação de manifestações antidemocráticas demonstram associação a fins criminosos.
O Antagonista