O presidente da Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB), deputado Adriano Galdino (Republicanos), afastou nesta terça-feira (19) qualquer relação entre o impasse na análise da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2026 e as articulações políticas envolvendo a sucessão estadual. Em entrevista ao programa Correio Debate, da Rádio Correio 98 FM, Galdino enfatizou que a tramitação do projeto segue critérios legais e constitucionais, e não está atrelada a disputas internas da base aliada do governador João Azevêdo (PSB).
“A gente sempre está aberto ao diálogo. Estão querendo vincular nossa conduta a uma disputa por espaço político, mas isso não tem fundamento. Nossa atuação é institucional, não política”, afirmou o parlamentar.
A fala ocorre em meio ao aumento da temperatura política nos bastidores do governo, com pré-candidaturas já sendo ventiladas para 2026 e uma tensão latente entre líderes da base aliada. Apesar disso, Galdino rejeitou qualquer tentativa de vincular a condução da pauta orçamentária a movimentações partidárias.
Segundo o presidente da ALPB, a atuação da Casa se dá dentro dos limites legais. “Apenas cumpri meu papel como presidente do Poder Legislativo de forma coerente e com base no que está previsto na Constituição Federal e na Constituição Estadual”, reforçou.
LDO sob debate
A Lei de Diretrizes Orçamentárias é o instrumento que estabelece as metas fiscais e prioridades do Governo do Estado para o exercício seguinte. É também condição indispensável para a votação da Lei Orçamentária Anual (LOA).
Neste ano, dois pontos da LDO aprovada pelos deputados foram vetados pelo Governo: o primeiro trata do pagamento das emendas impositivas até 15 de maio de 2026; o segundo, da destinação dos chamados “excedentes de arrecadação” — valores obtidos pelo Estado acima do previsto na receita —, que deveriam, conforme a redação aprovada, ser redistribuídos entre os Poderes por meio do duodécimo.
Ambos os dispositivos têm forte apelo entre os deputados, inclusive da base, pois envolvem diretamente a autonomia financeira dos Poderes e a execução das emendas parlamentares.
O clima, no entanto, é de atenção. A expectativa é de que a análise dos vetos pelo plenário da Assembleia ocorra nas próximas semanas, com possível repercussão sobre o equilíbrio entre os Poderes e o calendário político paraibano.
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