O governador de Minas Gerais, Romeu Zema(Novo), lançou neste sábado (16/8) sua pré-candidatura à Presidência da República, durante a convenção nacional do Novo, realizada em um espaço de eventos na zona sul de São Paulo.
Entre críticas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), Zema também defendeu alterações no Bolsa Família. Para ele, é preciso pensar um “mecanismo de desmame” do programa social.
“O brasileiro quer dignidade. Temos de criar um mecanismo de desmame para o Bolsa Família. Algo como ‘você vai trabalhar, você vai continuar recebendo o Bolsa Família, até o dia que a pessoa falar, eu já estou aqui tão solidificado na minha profissão que eu não preciso mais do Bolsa Família’. Alguma coisa nessa linha que é preciso estudar”, afirmou o governador.
O governador mineiro disse ainda que a região nordeste é um “desafio maior para a direita”.
“É onde a direita é menos votada no Brasil. Mas eu sou extremamente confiante que o brasileiro está vendo, depois de 20 anos ou mais, que ficar recebendo eternamente o Bolsa Família não melhora a vida dele. É uma perpetuação de uma vida precária, sem dignidade, sem futuro. Eu acredito em emprego. No dia que o Nordeste acordar para isso, e já está acordando, nós vamos ver essa mudança”, disse.
Indefinição na direita
A pré-candidatura de Zema ocorre em um momento de indefinição da direita sobre o projeto presidencial para 2026. Principal líder do campo, o ex-presidente Jair Bolsonaro está inelegível e em prisão domiciliar desde 4 de agosto. No dia 2 de setembro, ele será julgado no Supremo Tribunal Federal (STF) pela trama golpista.
Em seu discurso, o governador mineiro afirmou que quer “varrer o PT do mapa” e acabar com os ” abusos e perseguições do Alexandre de Moraes”.
“As próximas eleições vão decidir nosso futuro. Vamos acertar as contas com os três maiores inimigos do país. O lulismo, os parasitas do estado e as facções criminosas”, disse o pré-candidato, que ainda defendeu a saída do Brasil do Brics, afirmando que Lula se alia a ditadores de países onde “não há nenhuma liberdade” e que o grupo está nesse “contexto”.
“O Brics é uma concha de retalhos, um Frankstein. Primeiro por uma questão geográfica. Nenhum dos países originais dos Brics e vários depois que aderiram são da América Latina. Além disso, nós temos um governo do PT que preza tanto pela democracia, mas eu olho aquele ditado, diga-me com quem andas que direi quem és. É um presidente que tem se aliado e se aproximado de ditadores, de países onde não há nenhuma liberdade e o Brics está bem dentro desse contexto”, afirmou.
Zema é um dos governadores de direita que tem se colocado como postulante ao Palácio do Planalto, ocupando o vácuo no bolsonarismo. Outros nomes são Ronaldo Caiado (Goiás), Ratinho Jr. (Paraná), Eduardo Leite (Rio Grande do Sul) e Tarcísio de Freitas (São Paulo), tido como o candidato favorito do poder econômico e dos partidos do Centrão.
Questionado, no entanto, o mineiro não descartou conversar com outros partidos para uma eventual aliança em que abra mão da cabeça de chapa.
“Vejo com naturalidade essas mudanças na política. Vai depender muito das conversas entre os partidos. (..) O cenário que eu vejo é a direita caminhar com vários pré-candidatos e lá na frente, no segundo turno, todos estarão juntos”, avaliou.
Críticas a Alexandre de Moraes
Durante o evento, lideranças, como o senador Eduardo Girão (Ceará), defenderam o impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. O público também entoava gritos de “fora Xandão” e “fora Lula”.
No geral, o tom dos discursos foi de críticas à Corte, com alusões a um suposto cenário de censura, ditadura e excessos do Judiciário. Os presentes chegaram a cantar uma música dizendo que o “STF é o puxadinho do PT”.
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