O glioblastoma é um dos tipos mais agressivos de câncer no cérebro e, quando diagnosticado em estágio 4, como no caso de Dean Dunphy, de 33 anos, as chances de cura são praticamente inexistentes.
A vida dele e da esposa, Michaela, 31, virou de cabeça para baixo em menos de um ano, após uma longa história de dores de cabeça que ele enfrentava desde a infância.
Dean sempre conviveu com enxaquecas, mas, em junho de 2023, os sintomas pioraram. Ele teve espasmos musculares enquanto dirigia e precisou parar o carro. Os médicos suspeitaram de paralisia de Bell, mas os exames descartaram a hipótese. Dias depois, o hospital informou que havia uma alteração no cérebro que precisava ser investigada.
Sintomas de câncer no cérebro
Os sintomas variam de acordo com a localização do tumor no cérebro e costumam ser progressivos. Eles podem facilmente ser confundidos com os sintomas mais comuns do AVC. Entre os mais comuns, estão:
- Dor de cabeça persistente, especialmente ao acordar ou ao se deitar.
- Náuseas e vômitos sem causa aparente.
- Convulsões em pessoas sem histórico.
- Alterações de visão, audição, fala ou equilíbrio.
- Perda de memória, confusão mental e mudanças de comportamento.
- Fraqueza em um lado do corpo.
No fim de julho, os médicos informaram que Dean precisaria passar por uma cirurgia para entender melhor o que estava acontecendo. A operação foi marcada para 24 de agosto, aniversário de 30 anos de Michaela.
O procedimento durou sete horas e, embora o material tenha sido removido com sucesso, os resultados indicaram que ele tinha um glioblastoma em estágio 4.
Cirurgias, tratamentos e a decisão de casar
Após o diagnóstico, Dean passou por uma segunda cirurgia para tentar remover mais tecido do tumor e iniciou imediatamente sessões de quimioterapia e radioterapia. Mesmo com todo o esforço, o câncer seguia progredindo.
O casal, que já estava junto há anos e tinha uma filha, Sloane, hoje com quatro anos, decidiu não esperar mais. Ficaram noivos e resolveram se casar o quanto antes.
A cerimônia aconteceu em 18 de maio deste ano, no jardim da casa da mãe de Michaela, em Dublin, na Irlanda. Eles conseguiram uma autorização judicial para pular a burocracia do casamento civil e realizaram a celebração em casa, cercados por familiares e amigos. “Foi do nosso jeito, e foi incrível”, compartilhou Michaela.
Dois dias antes da cerimônia, os médicos chegaram a considerar uma nova cirurgia, e Michaela recebeu a notícia como um presente de casamento. No entanto, o procedimento acabou não acontecendo.
Despedida e promessa de continuar o legado
Na noite do casamento, Dean teve novas convulsões e foi levado ao hospital. Lá, Michaela recebeu a pior notícia. A cirurgia não seria mais feita e os médicos disseram que ele provavelmente teria apenas mais alguns dias de vida. A família foi chamada para se despedir e, no dia 21 de maio, Dean morreu nos braços da esposa.
“Eu fui a pessoa que ouviu o coração dele parar, esse foi o meu desfecho”, disse Michaela. O funeral aconteceu três dias depois.
Desde então, Michaela tem usado as redes sociais para contar a história de Dean e reforçar a importância de pesquisas sobre o câncer cerebral. Ela também quer fundar uma instituição em nome do marido. “Prometi a ele que não vou parar. Isso vai me ajudar a continuar e quero que Sloane olhe para tudo isso no futuro e diga: ‘Esse era o meu pai’”, finalizou.
Metrópoles
