Ela não só canta o sertão — ela vive, sente e representa. A monteirense Lúcia Almeida, com sua voz firme e cheia de identidade, participou recentemente do Programa Edvaldo Reis e deixou sua marca em uma conversa emocionante sobre cultura, resistência e representatividade.
Durante o bate-papo, Lúcia contou como o aboio entrou em sua vida. De forma simples, mas com muita força, ela relatou que cresceu ouvindo os cantos dos vaqueiros e que, com o tempo, aquele som virou parte dela. “A gente aprende escutando o sertão. E quando menos espera, já tá aboiando junto com ele”, disse, com um sorriso no rosto e brilho nos olhos.
Mais do que falar de si, Lúcia fez questão de defender a importância do aboio como expressão da alma nordestina. Para ela, essa tradição vai muito além do canto — é memória, é afeto, é luta. E precisa ser valorizada, principalmente num tempo em que a cultura popular muitas vezes é esquecida.
Mas talvez o momento mais marcante da entrevista tenha sido quando ela falou do papel das mulheres nesse cenário. “Durante muito tempo, disseram que aboio era coisa de homem. Que mulher não podia, não combinava. Mas a gente tá aqui pra mostrar que pode sim, e que combina muito!”, afirmou, com firmeza e emoção.
Lúcia Almeida é, sem dúvida, uma dessas mulheres que rompem barreiras com coragem e provam que tradição e renovação podem andar juntas. Com sua presença forte e seu aboio cheio de alma, ela inspira outras mulheres a ocuparem espaços, a se expressarem e a manterem viva a cultura nordestina.
Ao final da entrevista, Lúcia Almeida agradeceu o carinho do público ouvinte, as mensagens e o incentivo para seguir firme sua caminhada preservando a linda e envolvente cultura do aboio. Um reconhecimento justo para quem, com voz e coragem, vem fazendo o sertão ecoar — dessa vez, com o timbre doce e valente de uma mulher aboiadora.
PARAÍBA DA GENTE