Na última semana, o cantor João Gomes revelou que parou de consumir opções alcoólicas após ser diagnosticado com esteatose hepática, condição também conhecida como gordura no fígado. Ao tomar conhecimento do gesto do artista, a coluna Claudia Meireles recorreu ao gastroenterologista e hepatologista Rodrigo Rêgo Barros para saber qual é a pior bebida para quem apresenta o quadro.
Em entrevista, o médico destaca que são várias as causas de esteatose hepática: “Vão desde vírus de hepatite, álcool, medicamentos e até doenças genéticas raras“. O especialista acrescenta que os maus hábitos de vida, como sedentarismo e alimentação rica em fontes de alto índice glicêmico e calórico, compreendem a maioria dos casos.
De acordo com o gastroenterologista, as bebidas alcoólicas representam o “maior risco” para quem dispõe de esteatose hepática. Ele frisa que essas opções são bastante calóricas. “O álcool causa em si estresse às células do fígado, inflamação, acúmulo de gordura e fibrose, que é um enrijecimento do órgão e precursor de cirrose”, ressalta.
O hepatologista menciona: “Com relação a esse tema, pode surgir uma segunda pergunta: existe alguma bebida alcoólica melhor que outra nesse contexto, isto é, que represente menor risco?“. Rodrigo reforça: “Não, pois opções com baixo teor alcoólico, como a cerveja, tendem a ser ingeridas em quantidade bem maior do que uma vodca ou uísque.”
“No fim das contas, o que conta é quantos gramas de álcool são ingeridos”, reitera o médico.
O especialista também pontua quanto aos sucos, inclusive alguns naturais — a exemplo do à base de laranja — disporem de grande quantidade de açúcares. Ele salienta que essas bebidas “podem contribuir para o acúmulo de gordura no fígado.”
Rodrigo Rêgo Barros relata ouvir com frequência dos pacientes a seguinte pergunta: “Existe uma quantidade comprovadamente segura do consumo de bebidas alcoólicas para o fígado?”. O gastroenterologista detalha que não há uma dose ideal.
Como as opções à base de álcool fazem parte do convívio social e de uma série de momentos da vida dos indivíduos, o médico revela: “O segredo é sempre a moderação. Dessa forma, quem tem esteatose hepática não precisa cortar totalmente as bebidas alcoólicas. Entretanto, isso vai depender de muitos fatores pelos quais avaliamos a saúde global do fígado.”
Metrópoles