O caso chamou atenção em Ribeirão Preto (SP), onde Elizabete Arrabaça, de 67 anos, está presa sob suspeita de envenenar a nora, a professora de pilates Larissa Rodrigues. Em carta escrita na prisão, a mulher negou premeditação e afirmou que tanto ela quanto Larissa tomaram, sem saber, um medicamento para dor de estômago adulterado com veneno de rato, chamado “chumbinho” .
No depoimento manuscrito, Elizabete detalha que ingeriu cápsulas de omeprazol e, minutos depois, Larissa também as tomou. Segundo ela, a medicação pertencia à filha, Nathália Garnica, que havia morrido no mês anterior. O corpo de Nathália foi exumado para apurar se ela também foi vítima de envenenamento — hipótese levantada pela suspeita, que acredita que o remédio já estava contaminado e provocou as mortes de forma acidental .
Em sua carta, Elizabete relatou sintomas graves: “Agora eu já sei que vou morrer também, porque… levei todos os remédios dela para eu usar. […] Eu também estou definhando, muita fraqueza” . Os investigadores, entretanto, seguem tratando o caso como possível homicídio doloso, sob o argumento de que ela teria conhecimento sobre o veneno.
Também está detido o irmão de Larissa, o médico Luiz Antonio Garnica, após a Justiça conceder nova prorrogação da prisão. Ele é suspeito de participação no crime ou de omissão . As autoridades investigam se o sumiço do omeprazol doméstico pode ter sido intencional, assim como a origem do veneno.
O caso está sendo apurado pela Polícia Civil e pelo Ministério Público de São Paulo, com grande repercussão nas redes. Analistas jurídicos destacam que a invenção de um envenenamento acidental por cápsula tende a ser vista com ceticismo judicial — especialmente diante da circunstância da morte anterior de Nathália e da exumação do corpo dela como parte da investigação.