Quase metade das mulheres já fingiu ter um orgasmo na hora do sexo. Surpresa? Provavelmente não. Enquanto algumas delas fingem de vez em quando, outras apresentam a incapacidade de atingir o orgasmo, um problema muito mais profundo e debilitante.
Estudo publicado no Sexual Medicine descobriu que mulheres que usaram cannabis medicinal antes do sexo tinham duas vezes mais probabilidade de relatar orgasmos “satisfatórios”. Um artigo de 2023 no Journal Of Cannabis Research, por sua vez, mostrou que 70% dos usuários experimentaram aumento na intensidade do orgasmo.
A médica ginecologista e especialista em sexualidade humana Aline Ambrósio destaca que a sexualidade feminina precisa ser entendida dentro do contexto biopsicosocial. Sobretudo nos dias atuais, mulheres têm menor autonomia sexual.
“A falta de autoconhecimento associada à inibição ou medo de não performar para a parceria durante a intimidade pode ser sanada com o uso do cannabis medicinal, elevando o desejo, a excitação e o orgasmo, quando utilizada em baixas doses, tendo efeito contrário se altas doses forem ministradas”, salienta a profissional.
A especialista emenda que a cannabis medicinal pode ajudar a reduzir o medo antecipativo na atividade sexual e aumentar a sensibilidade ao toque, tornando a satisfação sexual e o orgasmo mais recorrentes.
“Muitas disfunções orgásticas podem ser secundárias às dores pélvicas, ocasionadas por endometriose ou contratura muscular involuntária. A cannabis medicinal é um excelente coadjuvante no tratamento dessas dores, liberando a mulher para uma atividade sexual prazerosa”, comenta.
Saiba por que os efeitos podem ser mais sentidos em mulheres
A médica acrescenta que os efeitos da cannabis medicinal com relação à melhora da satisfação sexual podem ser mais sentidos pelas mulheres porque a resposta é modulada pelo hormônio feminino, o estrogênio.
“Além desta diferença hormonal, que disponibiliza mais endocanabinóide no cérebro e outros órgãos nas mulheres, elas ainda contam com alta concentração de receptores hormonais no útero e nos ovários, facilitando a ação da cannabis na função genital, reprodutiva e sexual”, acrescenta.
Mesmo assim, a profissional adverte: as plantas Cannabis sativa ou seus compostos, como o canabidiol (CBD) e o tetrahidrocanabinol (THC), são usadas no tratamento de diversas condições médicas. No entanto, ainda não são utilizadas diretamente para disfunções sexuais.
Metrópoles