Durante a última sessão da Câmara Municipal de Monteiro, realizada em alusão ao Dia Mundial de Conscientização do Autismo, celebrado em 2 de abril, a mãe atípica Luciene fez um depoimento marcante que emocionou todos os presentes. Em tom de desabafo, ela compartilhou experiências pessoais de exclusão e preconceito enfrentadas por seu filho autista.
“Tem familiar que nunca chamou meu filho para um aniversário, isso é triste”, declarou Luciene, com a voz embargada pela emoção. O relato sincero e corajoso da mãe evidenciou uma realidade ainda pouco discutida nos espaços públicos: o isolamento social de crianças autistas, inclusive dentro do próprio círculo familiar.
Luciene foi convidada a falar durante a sessão especial da Câmara que abordou o tema da inclusão e da empatia com as pessoas do espectro autista. Ao longo de sua fala, ela destacou não apenas as dificuldades cotidianas enfrentadas por seu filho, mas também a falta de sensibilidade e acolhimento por parte da sociedade.
“Meu filho não precisa de pena, precisa de respeito, de oportunidade, de convivência. O que mais machuca é ver o olhar de indiferença, o convite que nunca chega, a festa para a qual ele nunca é lembrado”, disse, recebendo aplausos dos parlamentares e do público presente.
A fala de Luciene trouxe à tona a importância de políticas públicas voltadas à inclusão e ao apoio às famílias atípicas. Vereadores que acompanharam o depoimento se comprometeram a dar mais visibilidade à causa, com propostas de ações educativas nas escolas, capacitação de profissionais e campanhas de conscientização junto à população.
Ao final de sua fala, Luciene reforçou que não deseja que seu filho seja tratado como diferente, mas sim como alguém que merece amor, respeito e lugar no convívio social como qualquer outra criança. “Somos mães que lutam todos os dias para que nossos filhos sejam vistos, ouvidos e respeitados”, concluiu, sob fortes aplausos.
A sessão especial foi considerada um marco na luta pela visibilidade do autismo em Monteiro e abriu espaço para que mais mães e famílias possam ocupar o plenário da Câmara com suas vozes e vivências.
PARAÍBA DA GENTE