Preso preventivamente por diversos atos de violência doméstica contra uma ex-namorada, o advogado Josué Calebe Ribeiro Sant’anna, 30 anos, é investigado pela Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) por ameaçar, perseguir e espancar mais uma vítima, desta vez uma advogada, de 33 anos, com quem ele também mantinha relacionamento. Após aplicar um mata-leão na mulher para obrigá-la a ir dormir, o agressor chegou a afirmar que, se ela não fosse dormir, a apagaria “de uma forma ou de outra”.
A vítima relatou à polícia que Calebe a agrediu na noite de 5 de março, quando ambos estavam em casa. O homem se descontrolou quando a advogada se negou a ir deitar com ele. Diante da negativa, o agressor a puxou pelo braço e a enforcou para que ela deitasse. Três dias depois, os episódios de violência continuaram, inclusive dentro de uma igreja. Em 9 de março, Calebe começou a gritar dentro do templo e acusar a namorada de ter relações extraconjugais.
Em fúria, o advogado gritou dizendo que a mulher apanharia mesmo dentro da igreja e seguiu dando tapas e torcendo o braço dela. Assustada, a vítima contou com a ajuda de uma pastora para se esconder em um local seguro na igreja e escapar do agressor, antes que ele a pegasse.
Matar a mãe
Após as agressões dentro da igreja, a advogada seguiu para uma lanchonete na companhia de amigos, em Arniqueiras. Transtornado, Calebe cercou a mulher dentro do estabelecimento e tentou puxá-la para fora do local. Aos gritos, o advogado bradava que sabia onde a mãe da vítima trabalhava e que iria matá-la.
Amigos da advogada precisaram intervir para evitar que ela fosse agredida. Funcionários da lanchonete a levaram para uma área restrita até que o homem fosse embora. Já na delegacia, a mulher relatou que costumava ser agredida com frequência por Calebe, mas que nunca havia registrado ocorrência.
Ela contou em depoimento que costumava levar tapas e passar por sessões de enforcamentos, além de ser jogada na cama e xingada. Para escapar das surras, a advogada tentou fugir do agressor pela janela do apartamento, colocando a própria vida em risco. Ela requereu medidas protetivas de urgência contra o advogado.
Outra vítima
Em 26 de abril de 2023, Calebe foi preso preventivamente por diversos atos de violência doméstica contra a então ex-namorada. Ele já havia sido preso, em 31 de março do mesmo ano, por invadir a Deam I, na Asa Sul, à procura da ex-companheira. No momento, a vítima registrava ocorrência contra o autor, que, momentos antes, invadiu um restaurante e agrediu os amigos dela.
Na época, ele foi liberado pela Justiça, com o uso de tornozeleira eletrônica. Porém, nessa quarta, devido aos descumprimentos de medidas protetivas, Calebe foi preso e deve passar por audiência de custódia para verificar os requisitos do cumprimento do mandado de prisão.
No dia da invasão à delegacia, testemunhas relataram que o autor entrou abruptamente no recinto perguntando pela mulher, mas foi imediatamente abordado por policiais. O advogado passou a gritar dizendo que a culpa era dela por ele estar sendo preso e que tinha avisado que preferia ser preso e morrer a viver longe da vítima.
Metrópoles
