A sessão da Câmara dos Deputados foi suspensa na tarde de hoje, após um embate entre parlamentares da base aliada do governo Lula e deputados ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro. O confronto, que gerou confusão no plenário, levou a presidente da sessão, Delegada Katarina (PSD-SE), a interromper os trabalhos. No entanto, ao retomar o comando da Casa, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), não poupou críticas aos colegas.
“Entendo a turbulência política do momento, mas quero deixar claro que aqui não é lugar para desordem ou espetacularização. Se alguns confundem paciência com fraqueza, ainda não me conhecem. Esta Casa precisa dignificar sua função ou, então, não temos razão de estar aqui”, afirmou Motta, visivelmente irritado, ao retomar a sessão.
O incidente ocorreu em meio ao clima tenso entre deputados alinhados com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e os parlamentares que defendem o ex-presidente Bolsonaro (PL). A disputa foi intensificada pela denúncia do procurador-geral da República, Paulo Gonet, contra Bolsonaro, apresentada ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Motta relatou que pediu à Delegada Katarina para presidir a sessão enquanto ele se reunia com os parlamentares, a fim de evitar que aliados do PL ou do PT assumissem a liderança durante o impasse. “Durante o tempo em que a delegada esteve à frente, ela teve total autoridade para conduzir os trabalhos. Não permitiremos desrespeito ao parlamentar no exercício da presidência”, afirmou.
O presidente da Câmara ressaltou que não toleraria comportamentos desrespeitosos no plenário e que tomaria todas as medidas necessárias para garantir a ordem na Casa. “O regimento será cumprido, e a presidência fará cumprir sua autoridade. Não aceitaremos atitudes de desrespeito”, garantiu, deixando claro que a Polícia Legislativa e a equipe técnica seriam instruídos a evitar a entrada de parlamentares que não seguissem as normas da Casa.
Além disso, Motta alertou que agressões e atitudes hostis não seriam toleradas. “Já tivemos episódios lamentáveis nos primeiros anos da legislatura. Agora, seremos mais firmes”, afirmou. Ele também enfatizou que a presidência recorreria ao Conselho de Ética, caso necessário, para garantir o cumprimento das normas internas.
“Não permitiremos que deputados usem o ambiente da Câmara para agressões ou para se promoverem. Quem quiser aparecer à custa de comportamentos desrespeitosos não encontrará complacência nesta presidência”, afirmou Motta, reforçando que não voltaria atrás em suas decisões.
Ao final de sua fala, o presidente concluiu, destacando seu compromisso com a ordem e a seriedade da Casa: “Sou conhecido por cumprir a palavra e, se necessário, tomarei as medidas disciplinares que forem necessárias para garantir que a Câmara funcione corretamente”.
