O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, teria manifestado arrependimento por sua recente declaração sobre os atos de 8 de janeiro de 2023. Em entrevista à rádio Arapuan, Motta afirmou que “golpe tem que ter um líder, uma pessoa estimulando… e não teve isso”, posicionamento que gerou repercussão e obrigou o parlamentar a se explicar nos bastidores.
Segundo informações do colunista Lauro Jardim, de ‘O Globo’, aliados próximos do deputado revelaram que ele avalia ter falado mais do que deveria. Embora não tenha mudado de opinião, Motta reconhece que antecipar o debate sobre o tema não foi estratégico. Durante o fim de semana, o presidente da Câmara manteve conversas com lideranças políticas tanto da direita quanto da esquerda, além de representantes do Judiciário, numa tentativa de minimizar o impacto de sua declaração.
Agora, Motta busca mudar o foco e direcionar as discussões para pautas legislativas prioritárias de 2025. Entre os temas sensíveis que podem passar pelo Congresso, está o projeto de lei que propõe anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro. No entanto, segundo interlocutores, a proposta não deve ser apreciada no primeiro semestre do ano. Mesmo entre parlamentares bolsonaristas, há cautela sobre o momento adequado para pautar a matéria, diante da incerteza sobre sua aprovação.
Durante sua campanha à presidência da Câmara, Hugo Motta evitou declarações diretas sobre o que ocorreu no 8 de janeiro, não se posicionando explicitamente sobre a caracterização dos atos como uma tentativa de golpe, tese sustentada pela Polícia Federal e pelo ministro Alexandre de Moraes, ou como um episódio de desordem, narrativa defendida pela direita. Sua postura cautelosa foi quebrada na entrevista à rádio Arapuan, quando disse que, apesar de condenar a invasão das sedes dos Três Poderes, não via elementos que configurassem um golpe.
Com a repercussão do caso, Motta agora busca recompor sua agenda e evitar novos desgastes políticos com o tema.
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