Pamela Silva, viúva de Marcelo Arruda, ex-tesoureiro do PT assassinado pelo bolsonarista Jorge José Guaranho, em 2022, disse, em entrevista, que espera que Guaranho cumpra pena máxima pela morte do companheiro.
“Todas as vezes é aquela sensação de que agora vai. Agora vai, agora a gente vai conseguir, a gente vai conseguir essa justiça”, afirmou Pamela. “Eu acredito que a comunidade, a sociedade, a população de Curitiba, os jurados vão entender de fato o que aconteceu e vão julgar. Porque de fato o Guaranho matou.”
Relembre o caso
Marcelo Arruda comemorava o aniversário de 50 anos em um clube de Foz do Iguaçu (PR) quando foi assassinado por Jorge Guaranho.
A festa de aniversário tinha como tema o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que na época era candidato ao Palácio do Planalto contra Jair Bolsonaro (PL), que tentava a reeleição.
Marcelo Arruda chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos e faleceu. Ele deixou quatro filhos, um deles era um bebê de pouco mais de 40 dias.
Em setembro de 2024, a Justiça concedeu prisão domiciliar a Jorge Guaranho, que deveria ser monitorado por tornozeleira eletrônica.
Inicialmente, Jorge Guaranho seria julgado em Foz do Iguaçu, no Paraná, mas o julgamento foi suspenso depois que a defesa do réu deixou o plenário, em 4 de abril de 2024. Em 13 de junho, o Tribunal de Justiça do Paraná decidiu pela transferência do caso para Curitiba.
“Eu acredito que a comunidade, a população de Curitiba vá dar a pena máxima para ele”, complementa a viúva de Marcelo Arruda.
Confira:
Feridas abertas
Marcelo Arruda foi assassinado a tiros em 9 de julho de 2022, quando Jorge Guaranho invadiu a festa de aniversário do ex-tesoureiro do PT. A comemoração tinha como tema Luiz Inácio Lula da Silva (PT), então candidato à presidência da República, e o Partido dos Trabalhadores.
Guaranho, que é apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição na época, soube da festa e teve acesso às imagens da câmera de segurança da Associação Recreativa Esportiva Segurança Física de Itaipu (Aresf) por meio de um terceiro.
Marcelo Arruda deixou quatro filhos, sendo um bebê de poucos dias, na época.
“Essa morte do Marcelo, ela deixou feridas, deixou situações a serem reparadas ou que talvez nem tenha um reparo mais. E a gente fica tentando remediar aquilo”, conta Pamela.
“É você sentar numa mesa de almoço de domingo, um churrasco de domingo e você vê que aquele lugar ali tá vago, que aquela pessoa que fazia aquilo não está mais. E não por sua vontade, uma vontade alheia que poderia nem ter precisão, não tinha por que isso acontecer.”
Pamela relatou como tenta deixar a memória de Marcelo viva para os filhos, em especial o mais novo, que era recém-nascido na época do crime.
“Marcelo deixou o Pedro, nosso bebê, tinha 40 dias no dia do fato. Hoje, o Pedro está com dois anos e meio lá. Ele não sabe o que é ter pai, ele não sabe o que é ganhar um presente de um pai. Ele não sabe o que é um abraço de um pai, um beijo, uma brincadeira”, destaca a viúva do ex-tesoureiro.
Veja o relato:
Processo contra Guaranho
Em março do ano passado, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, demitiu o policial penal Jorge Guaranho. Ele foi desligado da corporação por uso de recurso material da repartição em atividade particular; prática de ato de improbidade administrativa; e incontinência pública.
Guaranho era agente da Penitenciária Federal de Catanduvas, no Paraná.
A expectativa da família de Marcelo Arruda é de que Guaranho seja condenado por homicídio duplamente qualificado, pelo motivo fútil e perigo comum, com o agravante de motivação política do assassinato.
Metrópoles
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