Usado por 76,4% da população, o Pix está sofrendo um revés com onda de fake news que se espalhou a partir das ampliação da fiscalização da Receita. O volume de transações Pix registrou em janeiro a maior queda percentual em relação ao mês anterior desde o lançamento do sistema, em novembro de 2020.
Entre os dias 4 e 10 de janeiro de 2025, foram realizadas 1,25 bilhão de operações, marcando uma redução de 10,9% em comparação ao mesmo intervalo de dezembro de 2024, segundo dados do Sistema de Pagamentos Instantâneos (SPI) do Banco Central.
A retração supera o recorde anterior de queda, que havia ocorrido em janeiro de 2022, quando o número de transações caiu 7,5% em relação ao mês anterior.
Na comparação entre os 14 primeiros dias de janeiro e os últimos 14 dias de dezembro, a redução é de 8,7%. Enquanto o sistema registrou 2,50 bilhões de transações entre 18 e 31 de dezembro de 2024, o total caiu para 2,29 bilhões entre 1º e 14 de janeiro de 2025.
A queda pode ser explicada para além da sazonalidade. As mudanças na fiscalização, e a inclusão do Pix no monitoramento de movimentações financeiras da Receita Federal, começaram a valer no dia 1 de janeiro e foram anunciadas em setembro por meio de uma instrução normativa: IN RFB nº 2219/2024. A norma prevê que os limites mensais de movimentação que não precisam ser informados à Receita Federal aumentaram de 2 mil para até 5 mil reais para pessoas físicas e de 5 mil para até 15 mil reais no caso de empresas.
A Receita passou a exigir essas informações de movimentações que ultrapassem o limite em modalidades como o Pix, e vai receber essas informações, pela plataforma e-financeira, não apenas dos bancos tradicionais. Bancos digitais, instituições de pagamento, carteiras digitais e empresas responsáveis por maquininhas também vão enviar semestralmente as informações de movimentações financeiras que passem do limite mensal.
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