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Mãe alega que médica matou bebê ao furar seu pescoço com unhas de gel

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    Uma família denunciou a maternidade estadual Albert Sabin, em Salvador (BA), por violência obstétrica após uma mulher perder o bebê durante o parto. A mãe da criança afirma que a filha foi a óbito por conta de uma perfuração no pescoço causada pela unha de gel da médica que realizava o parto. O caso ocorreu na quinta-feira (31/10) e segue sendo investigado pela Polícia Civil.

    Em entrevista à TV Bahia, Liliane Ribeiro dos Santos, de 33 anos, relatou diversas violências enquanto enfrentava a maternidade. A mãe da criança afirma ter passado por um parto normal, sendo que a previsão médica teria indicado cesárea.

    Durante o parto, quando a cabeça da criança saiu, a médica responsável realizou a manobra para retirar o bebê, porém, a luva estava rasgada e o marido de Liliane observou o detalhe no momento.

    A mãe alega que a unha da médica perfurou o pescoço do bebê durante o parto. Uma massagem cardíaca foi realizada na menina, mas o óbito foi confirmado. Liliane afirma também ter sido destratada pela equipe e abandonada pela médica antes da finalização do parto. Ela conta que, mesmo com o líquido amniótico escorrendo, aguardou cerca de 40 minutos para ser atendida.

    A Polícia Civil investiga o caso. Em nota divulgada, a corporação diz que a 13ª Delegacia Territorial (DT/Cajazeiras) aguarda a conclusão dos laudos periciais.

    Procuradoo Ministério Publico da Bahia (MP-BA) afirmou que vai abrir uma investigação sobre o caso. A apuração será encaminhada por meio de Promotoria de Justiça de Saúde da capital.

    “O Ministério Público estadual irá apurar o caso por meio de Promotoria de Justiça de Saúde da capital para verificar se houve erro de algum profissional de saúde, o que poderá se desdobrar em responsabilização criminal. Também será apurado se houve violência obstétrica”.

    Associação de Obstetrícia se pronuncia

    A Associação de Obstetrícia e Ginecologia da Bahia (Sogiba) publicou uma nota sobre o caso. Segundo a entidade, a morte da criança foi causada por uma distocia de ombro, que é quando a cabeça do feto nasce, enquanto o ombro permanece fixo contra o osso ou sacro da mãe, impedindo a saída do resto do corpo da criança.

    “É uma das situações mais temidas e imprevisíveis na assistência ao parto vaginal, ocorrendo em 0,3% a 1% de todos os partos. Apesar do risco da ocorrência aumentar quando maior o peso fetal, mais de 50% das vezes o peso do feto é menor que 4kg, não tendo como prevenir por um parto cesariana”, afirmou a associação.

    “A urgência se estabelece devido à compressão do cordão umbilical no trajeto do parto, diminuindo o aporte de oxigênio para o feto”, diz outro trecho da nota.

    A Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab) informou, por meio de nota, que vai apurar com transparência as circunstâncias do óbito da criança. A família não acredita que o bebê nasceu morto e pediu para que o corpo fosse encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML).

     

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