Dois anos antes de ser presa com o marido como suspeita pela morte do filho recém-nascido em Franca (SP), no final de outubro, Thalita Ariel Freitas de Camargos, de 25 anos,teve outro bebê que morreu. Segundo informações registradas em boletim de ocorrência, o menino nascido em 3 de fevereiro de 2022 teve a morte confirmada 39 dias depois, em 12 de março.
Na época, de acordo com o relato policial, Thalita afirmou que, depois de dar banho e colocar o filho para dormir na casa em que vivia na Vila Santa Terezinha, o encontrou com “o corpo frio”. Ela também alegou que o menino tinha nascido com problemas respiratórios.
O boletim, que na época tratou o caso como“morte natural”, ainda registrou que o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi chamado, a equipe tentou socorrer a criança, mas que ela já apresentava sinais de equimose – termo técnico para definir manchas roxas na pele – e não resistiu.
“Perceberam que ele não acordou, foram verificar já estava com o corpo frio, acionaram o Samu. A equipe do Samu compareceu no local, tentaram socorrer a criança, mas não foi possível”, registra o boletim de ocorrência.
Homicídio qualificado
O registro faz parte dos autos do processo contra Thalita e o marido, o pintor Paulo Ricardo Borges Bernardo, de 22 anos, presos na terça-feira (5) por suspeita de matar o filho Micael Benício Freitas Bernardo, de 53 dias de vida, e são investigados pelo crime de homicídio qualificado.
A investigação ocorre no âmbito da Lei Henry Borel, sancionada em 2022 e que, além de estabelecer medidas protetivas específicas para crianças e adolescentes vítimas de violência, considera crime hediondo o assassinato de menores de 14 anos.
Micael morreu menos de uma hora após dar entrada na Santa Casa de Franca, no dia 27 de outubro, quando ocorreu o segundo turno das eleições em Franca.
De acordo com o boletim de ocorrência, o bebê chegou no hospital por volta das 13h20 apresentando parada cardiorrespiratória e hematomas pelo corpo.
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