Um vídeo que circula nas redes sociais mostra pessoas dançando em frente a uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) que estava indo atender vítimas de um acidente no município de Frei Miguelinho, no Agreste pernambucano. O caso foi registrado na noite deste domingo (29).
As vítimas do acidente foram uma idosa de 80 anos, que morreu, e a filha dela, de 54 anos, que ficou gravemente ferida. Segundo a Polícia Civil, as mulheres estavam na frente da residência, quando foram atingidas por um carro.
Diversas pessoas se reuniram próximo ao local do acidente e uma gravação registrou o momento em que indivíduos que estariam participando de uma carreata política impedem a passagem da ambulância.
Um funcionário do Samu do município, identificado como Marcílio, publicou um vídeo explicando o ocorrido.
“Aconteceu um fato hoje, quero deixar aqui a minha nota de repúdio. A gente teve um chamado aqui na base com a equipe titular do Samu onde se relatou um acidente no sítio algodão do manso”, iniciou.
“Chegou para a gente o relato de que seriam três vítimas. Hoje tiveram outros eventos na cidade e a gente estava com duas equipes do Samu ativas. A gente se dirigiu ao povoado de Algodão do Manso e nos deparamos com um evento da Nação Azul, uma carreta onde eu com a minha equipe fomos impedidos de passar”, relatou o profissional.
“Fui xingado com palavras de baixo calão e tive medo até de descer da viatura, de ser agredido por organizadores que estavam organizando o evento. Dava para a gente passar, mas não deixaram a gente passar”, alegou Marcílio.
A Nação Azul é um grupo de apoiadores da candidata a prefeita de Frei Miguelinho, Luiza de Lula, do Podemos. Ela tem como candidato a vice-prefeito Edielson Germano.
Através das redes sociais, a organização política prestou condolências aos familiares das vítimas e destacou que o ato se trata de uma “irresponsabilidade” dos eleitores.
“Usar de uma tragédia para denegrir a imagem de um partido político é desesperador. A fatalidade aconteceu, infelizmente. Mas a má fé da situação em usar isso é uma outra tragédia”, diz o texto.
Ainda de acordo com a organização política, uma das vias em que o Samu passou já estava interditada. O grupo ainda questionou o motivo do Samu não utilizar outra rua para chegar até as vítimas.
COM INFORMAÇÕES DIÁRIO DE PERNAMBUCO
