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Por que pessoas no fim da vida veem entes queridos mortos há anos

paraibadagente por paraibadagente
12/04/2024
in Destaques
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Por que pessoas no fim da vida veem entes queridos mortos há anos
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Em abril de 1999, o médico americano Christopher Kerr presenciou um episódio que mudaria sua trajetória profissional.

Uma de suas pacientes, uma mulher de 70 anos chamada Mary, estava se aproximando da morte, cercada dos quatro filhos adultos no quarto do hospital onde Kerr trabalhava.

Em determinado momento, Mary sentou-se na cama e começou a mover os braços como se estivesse embalando um bebê que só ela enxergava, a quem chamava de “Danny” e parecia abraçar e beijar.

O gesto surpreendeu a todos, já que não conheciam ninguém chamado Danny.

No dia seguinte, porém, a irmã da paciente chegou ao hospital e contou que, muitas décadas antes, Mary havia perdido seu primeiro filho, que se chamava Danny e nasceu morto.

A dor da perda foi tão grande que Mary passou o resto da vida sem falar sobre o bebê. No entanto, na hora da morte, a visão do filho perdido há tantos anos trouxe conforto à paciente.

Kerr já contou essa história em diversas entrevistas e palestras para ilustrar como, depois de uma carreira iniciada de forma convencional, com residência em medicina interna, especialização em Cardiologia e doutorado em Neurobiologia, decidiu mudar de rumo e se dedicar a estudar as experiências de pacientes terminais.

Hoje, passados 25 anos do encontro com Mary,Kerr é considerado uma das principais autoridades do mundo no estudo de experiências de final de vida, como são chamadas as visões e sonhos comuns em pacientes terminais.

Segundo ele, essas experiências costumam começar semanas antes da morte, e aumentam de frequência à medida que o fim se aproxima.

Hoje, passados 25 anos do encontro com Mary,Kerr é considerado uma das principais autoridades do mundo no estudo de experiências de final de vida, como são chamadas as visões e sonhos comuns em pacientes terminais.

Segundo ele, essas experiências costumam começar semanas antes da morte, e aumentam de frequência à medida que o fim se aproxima.

“Estes (relacionamentos) muitas vezes regressam de formas muito significativas e reconfortantes, que validam a vida que foi vivida e, por sua vez, diminuem o medo de morrer”, diz Kerr à BBC News Brasil.

Kerr ressalta que esses pacientes não estão confusos ou com pensamento incoerente e que, enquanto sua saúde física declina, estão emocionalmente e espiritualmente presentes. No entanto, muitos médicos descartam o fenômeno como alucinações ou fruto de confusão, e querem evidências.

Foi em busca dessas evidências que Kerr começou, em 2010, um estudo pioneiro nos Estados Unidos.

Até então, a maioria dos relatos sobre essas experiências vinha de terceiros, mas o médico lançou uma pesquisa formal, com abordagem científica, na qual os próprios pacientes são entrevistados e há triagem para garantir que não estão confusos.

Seus resultados já foram publicados em diversos artigos científicos. No entanto, Kerr afirma que ainda existe um contraste em como essas experiências são valorizadas pelos pacientes e suas famílias, mas não pelos médicos de maneira geral.

Kerr é CEO do Hospice & Palliative Care, organização que oferece cuidados paliativos na cidade de Buffalo, em Nova York.

Em 2020, lançou o livro Death Is But a Dream: Finding Hope and Meaning at Life’s End (“A morte é apenas um sonho: encontrando esperança e sentido no fim da vida”, em tradução livre), traduzido para 10 línguas, mas ainda sem edição em português.

Em entrevista exclusiva à BBC News Brasil, ele falou sobre o significado dessas experiências de final de vida, os principais temas envolvidos e como afetam pacientes e suas famílias.

Leia a seguir os principais trechos da entrevista.

BBC News Brasil – O senhor começou a trabalhar com pacientes terminais e a observar experiências de final de vida em 1999, e desde 2010 realiza pesquisas científicas sobre o tema, com coleta e análise de dados. Depois de tantos anos, o que aprendeu sobre essas experiências?

Christopher Kerr – Acho que [aprendi] uma série de coisas.

Eu penso que o processo de morrer é obviamente mais do que o declínio físico que vemos. Inclui uma mudança no seu ponto de vista, nas suas percepções, e inclui elementos que são, na verdade, uma afirmação da vida.

O processo de morrer leva você a um ponto de reflexão e, de uma forma maravilhosa, as pessoas tendem a se concentrar nas coisas que mais importam, em suas maiores realizações, que são seus relacionamentos.

E, curiosamente, estes (relacionamentos) muitas vezes regressam de formas muito significativas e reconfortantes, que validam a vida que foi vivida e, por sua vez, diminuem o medo de morrer.

O que esperaríamos é um sofrimento psicológico ou psicogênico crescente à medida que as pessoas enfrentam o fim da vida. Mas, geralmente, não é isso que vemos. Vemos pessoas como se estivessem envolvidas por amor e significado.

Então, é o oposto do que pensamos. A visão que temos da morte, a morte que antecipamos, não é a que vivenciamos.

BBC News Brasil – De acordo com sua pesquisa, o quão comuns são essas experiências de final de vida?

Kerr – Em nossos estudos, cerca de 88% das pessoas relataram pelo menos uma [experiência]. Nossa taxa é provavelmente maior do que normalmente é relatado, porque a diferença no nosso estudo é que perguntamos [aos pacientes] todos os dias.

Morrer é um processo. Ao conversar [com os pacientes] em uma segunda-feira, você poderá obter uma resposta muito diferente da que obteria na sexta-feira. Então perguntamos com mais frequência.

O que vemos é que, à medida que os pacientes se aproximam da morte, há um aumento na frequência desses eventos.

Há um aumento dramático no número de pessoas que relatam isso e no número de vezes que acontece.

BBC News Brasil – E quais os principais temas dessas visões e sonhos?

Kerr – Cerca de um terço dos entrevistados relata temas como viagens. Mais comumente, envolvem pessoas que amaram e perderam.

E é interessante que, à medida que você se aproxima da morte, aumenta a frequência com que vê essas pessoas falecidas.

E quando analisamos o que fazia as pessoas se sentirem mais confortáveis, ver os entes queridos mortos era o que lhes trazia mais conforto.

Então, à medida que as pessoas se aproximam da morte, têm a sensação de serem cada vez mais confortadas.

Outro ponto realmente interessante é com quem elas sonham. Há um tipo de processo de edição, então elas tendem a se concentrar nas pessoas que as amavam e protegiam, nas pessoas que eram mais importantes.

E [essa pessoa] pode às vezes ser um dos pais, mas não o outro. Ou um irmão, mas não o outro.

Cerca de 12% dos entrevistados descreveram no questionário os sonhos como neutros ou angustiantes. Mas essas experiências que eram [descritas como] desconfortáveis eram algumas das mais transformadoras ou significativas.

A ideia é que qualquer ferida que você tenha por ter vivido, é muitas vezes abordada nessas experiências.

Há casos como o de um paciente que lutou na guerra e sentia culpa por ter sobrevivido, mas no final foi confortado ao ver seus companheiros que haviam morrido [em combate].

Ou seja, as experiências que talvez não tenham sido totalmente reconfortantes eram frequentemente muito significativas.

COM INFORMAÇÕES GLOBO

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