“Extremo interesse na morte”. Essa foi uma das falas que descreveram Scarlet Blake durante o julgamento pelo assassinato de Jorge Martin Carreno, que morreu afogado em um rio em Oxford, na Inglaterra. Julgada como uma pessoa com “fixação pela violência”, a mulher já havia feito uma transmissão ao vivo enquanto matava um gato de estimação.
O corpo de Jorge Martin Carreno foi retirado do rio Cherwell, em julho de 2021. Scarlet Blake, de 26 anos, estava nas ruas da cidade em busca de uma vítima, quando conheceu o jovem de 30 anos, segundo testemunhas no Tribunal da Coroa de Oxford.
O caso foi investigado durante quase três anos na Unidade de Crimes Graves da Polícia de Thames Valley e se encerrou em um julgamento de três semanas, no qual ela foi considerada culpada em um veredicto unânime do júri.
Scarlet Blake também foi condenada por uma acusação de dano criminal e por causar sofrimento desnecessário a um animal. Ela respondeu por causar sofrimento desnecessário em referência à captura, tortura e assassinato de um gato de outra família. Provas foram recuperadas em sua casa e nos dispositivos eletrônicos de Blake, com os quais ela transmitiu a morte ao vivo.
A mulher se declarou culpada pelo crime como animal, afirmando que o havia cometido para agradar uma namorada, com quem tinha uma relação através da internet. Ela disse que matar o gato era algo que ela “não queria” e alegou que apenas “fingiu que gostou”. No entanto, no tribunal Blake contou que dissecou o gato e o colocou no liquidificador, sentindo “um prazer grotesco” ao fazê-lo.
O vídeo foi considerado “muito explícito” para ser exposto ao júri, mas foram mostradas fotos de Blake sorrindo para a câmera. Um recorte do áudio também foi reproduzido, no qual ela parecia dizer: “Lá vamos nós, minha amiguinha… mal posso esperar para colocar você no liquidificador”. Mais tarde ela diz: “Bem, eu me pergunto onde aprendo a fazer isso com uma pessoa.”
Uma música também podia ser ouvida ao fundo. No tribunal, foi concluído que seria uma homenagem a um documentário da Netflix que conta a história de um homem que matou gatos, antes de filmar o assassinato de uma pessoa.
Ela tinha uma “fixação pela violência e por saber como seria matar alguém”, foi informado ao júri.
Assassinato de Jorge Marin Carreno
O jovem de 30 anos era cidadão espanhol, mas vivia e trabalhava em Oxford, em uma fábrica local. Ele foi encontrado morto na segunda-feira, 26 de julho de 2021, de bruços na água. Durante o julgamento, a promotora Alison Morgan afirmou que a vítima saiu para beber com colegas de trabalho na noite da morte.
Na volta para casa, ele se separou de seus amigos e possivelmente se perdeu, antes de ter o “grande infortúnio” de esbarrar em Blake. Eles se conheceram na rua, onde ela lhe ofereceu uma garrafa de vodca antes de levá-lo em direção ao rio.
— Não foi por acaso que ela o encontrou, e não foi por acaso que ela o levou para um local isolado — afirmou a promotora, durante o julgamento.
Ela foi capturada por câmeras de segurança rondando as ruas, vestindo uma pesada jaqueta com capuz estilo militar, máscara facial e carregando uma mochila. Os promotores sugeriram que ela carregava um “kit de assassinato”, incluindo um garrote e um cordão de roupão com estampa de leopardo, que ela rejeitou. Segundo o julgamento, ela bateu na cabeça dele, tentou estrangulá-lo e depois o empurrou na água, onde ele se afogou.
Prestando depoimento, Blake negou que estivesse procurando uma vítima naquela noite, afirmando que saiu para passear porque não conseguia dormir. Ela disse que caminhou com a vítima, antes de deixá-lo ir para casa.
— Não sei como ele morreu. Presumi que ele se afogou. Não foi algo que eu fiz. Quanto a como, ainda não sei, não estava lá — disse ela ao júri.
A investigação comprovou que Blake era a pessoa não identificada que caminhava com Jorge na noite da morte. O corpo da vítima foi analisado, concluindo que a culpada descobriu um submundo sombrio de interesse em violência, morte e uma obsessão particular por estrangulamento, juntamente com um profundo desejo de assassinar alguém e causar danos. As marcas no pescoço de Jorge foram as evidências que permitiram uma revisão da interpretação da patologia.
Segundo testemunhas, Blake tinha um “extremo interesse na morte” que “ia além da mera fantasia”. A promotora, por sua vez, disse que a condenada encontrou “gratificação sexual na ideia de violência e de morte”.
O oficial responsável pelo caso, o detetive Jon Capps, afirmou que houve aspectos do caso que foram “verdadeiramente perturbadores” e que o júri receberia apoio devido à natureza das evidências. Ele acrescentou: “Este réu mostrou crueldade calculada. Os atos pelos quais Blake foi condenada são bárbaros e assustadores”.
PARAÍBA DA GENTE COM G1
